Para empreendedores de startups em estágio inicial, especialmente aqueles sem um background técnico ou vasta experiência em vendas, o mundo do marketing e das vendas pode parecer intimidador. No entanto, é fundamental entender que as estratégias aplicadas nesta fase são radicalmente diferentes daquelas usadas por empresas estabelecidas. Christian Peverelli, cofundador da WeAreNoCode.com, enfatiza que, no início, muitas das atividades para aquisição dos primeiros clientes são, por natureza, não escaláveis, mas cruciais para a sobrevivência e aprendizado da startup.
Diferentemente de estágios mais avançados, onde processos escaláveis e otimizados são a norma, a fase inicial de uma startup foca na aquisição dos primeiros 100 clientes através de métodos muitas vezes manuais e diretos. Este período é menos sobre construir um departamento de marketing robusto e mais sobre validar a oferta e entender profundamente o cliente.
Independentemente de sua formação ser técnica, de engenharia ou vendas, o fundador deve estar na linha de frente das atividades de vendas e marketing iniciais. Peverelli argumenta que o fundador possui o poder de decisão e a necessidade intrínseca de compreender os elementos básicos do negócio. Este envolvimento direto é insubstituível, pois permite um aprendizado rápido e a capacidade de fazer ajustes ágeis na estratégia e no produto. Terceirizar essa função prematuramente pode significar perder insights valiosos sobre o mercado e os clientes.
Muitos empreendedores, principalmente os de primeira viagem, sentem desconforto ou medo ao pensar em vender. No entanto, é uma barreira que precisa ser superada. A venda é o motor de qualquer negócio, e o feedback obtido nas primeiras interações de venda é vital. Enquanto empreendedores iniciantes tendem a focar obsessivamente no produto, empreendedores seriais, com mais experiência, concentram-se igualmente na distribuição e na forma como o produto chegará ao mercado.
No começo, o foco deve ser em ações que gerem resultados rápidos. Estratégias de longo prazo, como otimização para motores de busca (SEO) ou marketing de conteúdo extenso, podem não ser as mais adequadas, pois a startup precisa de tração imediata para sobreviver e aprender. O objetivo principal é levar a oferta aos potenciais clientes, entender suas objeções, validar o preço e confirmar se o público-alvo está correto.
O primeiro passo é ter clareza sobre o Perfil de Cliente Ideal (ICP). Onde essas pessoas interagem? Quais são seus hábitos online e offline? Compreender isso é fundamental para direcionar seus esforços de vendas e marketing de forma eficaz.
Com o ICP definido, crie uma lista de prospecção. A personalização é a chave para aumentar as taxas de resposta. Ao contrário da prospecção para descoberta de clientes, a mensagem de vendas deve incluir sua proposta de valor de forma clara.
O LinkedIn é uma ferramenta poderosa para encontrar e filtrar contatos específicos. Pesquise o perfil do seu contato, encontre algo pessoal ou profissional relevante que ele tenha compartilhado (um artigo, uma entrevista, uma conquista) e mencione isso na primeira linha da sua mensagem de contato. Por exemplo: "Olá [Nome], vi sua excelente entrevista na revista Empreendedor sobre crescimento e adorei sua perspectiva sobre como fundadores em estágio inicial devem abordar o tema. Sou o fundador da [Sua Empresa], que [descreva sua empresa e proposta de valor]. Você teria interesse em [sua oferta]?"
Participe de grupos no Reddit, Facebook e LinkedIn onde seu público-alvo está presente. No Quora, responda a perguntas relacionadas ao seu nicho, oferecendo valor genuíno. Insira links para sua solução de forma natural, após agregar valor à discussão. Evite spam; o objetivo é construir credibilidade e, consequentemente, atrair interessados.
Não subestime o contato direto. Peverelli cita o exemplo de um fundador que, para validar sua solução para policiais, visitava delegacias para conversar diretamente com seu público. Essa abordagem, embora não escalável, fornece feedback riquíssimo.
Seja criativo ao buscar seus primeiros clientes. Essas táticas, muitas vezes chamadas de "growth hacking", são pequenas "brechas" ou estratégias inovadoras para impulsionar o crescimento rapidamente.
Lembre-se: a capacidade de vender é um fator determinante para o sucesso de uma startup. Se você enfrenta dificuldades com vendas, invista tempo em aprender o básico. Adote a mentalidade de "fazer coisas que não escalam" no início. Cada interação, cada feedback negativo, cada objeção é uma oportunidade de aprendizado. Essas informações são o combustível para, mais tarde, construir processos de vendas e marketing que realmente escalem.
Você provavelmente não fechará inúmeros negócios logo de cara, e isso é normal. O foco é entender as objeções dos clientes e descobrir maneiras de convencê-los a pagar pelo seu produto ou serviço. Afinal, como Peverelli conclui, até que você faça sua primeira venda, sua startup ainda não é, de fato, um negócio.
Todas essas estratégias de vendas e marketing serão mais eficazes se você já tiver seguido os passos anteriores da jornada de uma startup em estágio inicial, como a descoberta de clientes (customer discovery) e a validação do problema. Com uma base sólida e uma abordagem proativa e criativa para vendas e marketing, suas chances de sucesso aumentam significativamente.
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