À medida que nos aproximamos de 2025, o panorama do ransomware continua a evoluir, apresentando desafios cada vez mais sofisticados para organizações em todo o mundo. Embora dados da Kaspersky Security Network indiquem uma diminuição de 18% nas detecções de ransomware entre 2023 e 2024, a proporção de usuários afetados por esses ataques aumentou ligeiramente. Este fato sugere uma mudança de tática dos cibercriminosos, que parecem priorizar alvos de alto valor em vez de ataques em massa. De fato, o ransomware direcionado provavelmente permanecerá como a principal ameaça para as organizações no futuro previsível.
O custo global dos danos causados por ransomware está projetado para atingir cifras alarmantes, com previsões indicando que ultrapassará os 57 bilhões de dólares anuais em 2025 e podendo chegar a 275 bilhões de dólares até 2031. Essa escalada representa uma das maiores transferências de riqueza da história e supera os prejuízos causados por desastres naturais. A frequência desses ataques também deve aumentar drasticamente, com a expectativa de um novo ataque ocorrendo a cada dois segundos até 2031.
Diversas tendências moldarão o cenário do ransomware em 2025, exigindo que as empresas se adaptem e reforcem suas defesas:
O modelo de Ransomware-as-a-Service (RaaS) continuará sendo o principal motor por trás da proliferação de ataques de ransomware. Plataformas como RansomHub prosperam ao oferecer malware, suporte técnico e programas de afiliados, diminuindo a barreira técnica para cibercriminosos menos qualificados. Estima-se que cerca de 60% dos ataques de ransomware registrados em 2025 terão origem em estruturas de RaaS. Esse modelo permite que os criminosos se concentrem na invasão e exfiltração de dados, enquanto outros cuidam do desenvolvimento do malware e da infraestrutura de pagamento.
Embora o sistema operacional Windows permaneça como o principal alvo, alguns grupos de ransomware continuarão a desenvolver malwares capazes de atingir múltiplas plataformas.
A criptografia de dados continua sendo um componente central de muitos ataques, mas o objetivo principal de alguns grupos tem se expandido. A tática de "dupla extorsão", onde os invasores não apenas criptografam os dados, mas também os roubam e ameaçam publicá-los, tornou-se comum. Alguns grupos chegam a realizar "extorsão tripla", adicionando ataques DDoS ou contatando diretamente clientes e partes interessadas da vítima. O grupo BianLian, por exemplo, evoluiu suas táticas para focar exclusivamente na extorsão baseada no roubo de dados, sem a necessidade de criptografar os sistemas da vítima.
A Inteligência Artificial (IA) está se tornando uma ferramenta poderosa tanto para atacantes quanto para defensores. Cibercriminosos utilizarão IA para aumentar a velocidade, precisão e sofisticação de seus ataques, incluindo a criação de e-mails de phishing mais convincentes e deepfakes para engenharia social. A IA também pode ser usada para automatizar o reconhecimento de padrões em senhas e criar malwares polimórficos que se adaptam para evitar a detecção. Por outro lado, a IA também será crucial para aprimorar a detecção de ameaças e automatizar respostas a incidentes.
Os invasores devem explorar cada vez mais pontos de entrada não convencionais, como dispositivos de Internet das Coisas (IoT), eletrodomésticos inteligentes e hardware mal configurado. O grupo Akira, por exemplo, demonstrou a capacidade de usar uma webcam para contornar sistemas de detecção e resposta de endpoints. A proliferação de dispositivos IoT expande significativamente a superfície de ataque.
Os ataques à cadeia de suprimentos continuarão sendo uma grande preocupação, com criminosos visando fornecedores ou parceiros para atingir organizações maiores. Espera-se a ocorrência de dois a três incidentes de ransomware em grande escala visando cadeias de suprimentos nos próximos anos.
Os grupos de ransomware estão desenvolvendo seus próprios kits de ferramentas personalizados e utilizando técnicas de evasão mais avançadas. Ataques que exploram drivers vulneráveis (BYOVD) continuarão sendo uma tática utilizada.
Os ataques de ransomware estão se tornando mais rápidos, caros e difíceis de recuperar. Além do resgate em si, os custos incluem perda de receita, interrupção das operações, danos à reputação e perda de clientes. Em média, a recuperação de um ataque pode custar centenas de milhares de dólares, e sistemas críticos podem ficar inativos por horas ou dias. No primeiro trimestre de 2025, houve um aumento alarmante de 110% nos ataques de ransomware em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Para combater eficazmente o ransomware em 2025, as organizações e indivíduos devem adotar uma estratégia de defesa em várias camadas:
O cenário de ameaças está em constante evolução, e os cibercriminosos estão se tornando mais sofisticados. A colaboração entre o setor público e privado, juntamente com uma postura proativa em relação à segurança cibernética, será essencial para enfrentar os desafios do ransomware em 2025 e além.