Uma investigação recente conduzida por Stephen J. Andriole e Noah P. Barsky, divulgada na prestigiada Communications of the ACM (CACM), trouxe à luz resultados surpreendentes sobre a prontidão tecnológica das empresas na era da Inteligência Artificial (IA). A pesquisa, realizada em colaboração com a Arthur D. Little e o Cutter Consortium, auscultou executivos de negócios sobre os seus planos, preparação e prioridades em relação à tecnologia. Os achados indicam que, apesar do crescente entusiasmo em torno da IA, o nível de preparação real e as abordagens estratégicas adotadas pelas organizações revelam um panorama complexo e, por vezes, contraintuitivo.
Contrariando a perceção de uma corrida desenfreada e descentralizada para a adoção da IA, o estudo aponta que perto de 80% das empresas ainda acreditam numa forma de controlo centralizado da tecnologia. Apenas uma pequena fração, cerca de 5%, opera de forma descentralizada, onde as linhas de negócio têm autonomia para desenvolver iniciativas tecnológicas próprias. Este dado sugere que, embora a agilidade seja valorizada, a maioria das organizações opta por uma supervisão mais estruturada na implementação de novas tecnologias, possivelmente para mitigar riscos e garantir o alinhamento estratégico.
A pesquisa revela um "paradoxo da prontidão tecnológica". Muitos líderes empresariais demonstram confiança nas suas infraestruturas tecnológicas atuais, mas, simultaneamente, expressam preocupações significativas sobre a capacidade dessas tecnologias para enfrentar os riscos futuros. Esta desconexão entre a confiança presente e a incerteza futura é um reflexo da velocidade da inovação tecnológica e da instabilidade global, tornando a prontidão organizacional um alvo móvel e desafiador. Setores críticos como saúde e energia parecem enfrentar as maiores dificuldades em adaptar as suas operações à velocidade das mudanças.
Apesar dos investimentos em IA e Machine Learning (aprendizado de máquina) – 76% dos líderes afirmam investir nestas áreas – apenas 42% reportam retornos positivos. Este cenário evidencia que a simples adoção da tecnologia não garante o sucesso, sendo crucial uma estratégia bem definida e uma execução eficaz. Os principais obstáculos identificados incluem preocupações com a privacidade dos dados, incerteza sobre o retorno do investimento (ROI) e a complexa integração com sistemas legados. A falta de profissionais qualificados em IA também surge como uma barreira significativa para a plena exploração do potencial desta tecnologia.
O conceito de "maturidade em IA" refere-se ao nível de avanço que uma empresa alcançou na adoção, implementação e escalonamento de tecnologias de IA para melhorar processos, produtos ou serviços. Estudos indicam que a maioria das organizações ainda se encontra em fases experimentais com a IA. Um relatório da Accenture mostrou que apenas 12% das empresas utilizam a IA com um grau de maturidade capaz de gerar uma forte vantagem competitiva. Este grupo, denominado "AI Achievers", demonstra um crescimento de receita significativamente superior em relação aos seus pares. A maioria das empresas (63%) enquadra-se no perfil de "AI Experimenters", indicando um vasto potencial ainda por explorar.
No Brasil, a situação reflete esta tendência global, com desafios específicos. Uma pesquisa da Cisco revelou uma queda na prontidão para IA no país, com apenas 25% das organizações a sentirem-se totalmente preparadas. Este declínio, apesar da urgência percebida na adoção da IA (66% das empresas brasileiras sentem que têm no máximo um ano para definir as suas estratégias de IA), sublinha os obstáculos existentes. A falta de talentos qualificados é apontada como um dos principais desafios, juntamente com a governança de dados.
Para superar os desafios e avançar na jornada da IA, as empresas precisam de mais do que apenas investir em tecnologia. É fundamental:
A era da Inteligência Artificial apresenta tanto oportunidades transformadoras como desafios complexos. As descobertas do estudo da CACM, juntamente com outras análises do setor, reforçam a necessidade de uma abordagem estratégica, informada e adaptativa para que as organizações possam, de facto, colher os benefícios prometidos pela IA e garantir a sua relevância e competitividade no futuro.
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