A literatura de cordel é um gênero literário popular brasileiro, escrito frequentemente em versos rimados e com métrica, originado de relatos orais e depois impresso em folhetos. O nome "cordel" vem da tradição portuguesa de expor os folhetos para venda pendurados em cordas ou barbantes. No Brasil, essa tradição ganhou força no Nordeste, tornando-se uma expressão cultural rica e um importante veículo de comunicação popular. Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2018, a literatura de cordel desempenha um papel fundamental na manutenção das identidades regionais e na perpetuação do folclore brasileiro.
Fazer um cordel envolve mais do que simplesmente escrever versos; é mergulhar em uma tradição rica, dominar técnicas específicas e, acima de tudo, ter algo a dizer. Este guia explora os passos essenciais para criar seu próprio cordel, desde a concepção da ideia até a sua divulgação.
Para aprender como fazer um cordel, é crucial compreender seus elementos fundamentais: a métrica, a rima e a oração (a história em si). A métrica mais comum no cordel é a redondilha maior, ou seja, versos de sete sílabas poéticas (heptassílabos). A contagem das sílabas poéticas difere da gramatical, pois considera-se o ritmo e a entonação, contando-se até a última sílaba tônica do verso. A elisão, que é a junção da vogal final de uma palavra com a vogal inicial da seguinte, formando um único som, também é um recurso utilizado.
As rimas são outro pilar do cordel. Privilegiam-se as rimas consoantes (ou soantes), onde há identidade de sons finais nas palavras. Os esquemas de rima variam conforme o tipo de estrofe. As estrofes mais populares são a sextilha (seis versos), a septilha (sete versos) e a décima (dez versos). Na sextilha, o esquema de rima mais comum é XAXAXA, onde os versos pares rimam entre si e os ímpares (X) podem não rimar ou ter rimas diferentes.
O processo de como fazer um cordel pode ser dividido em etapas:
Muitos cordéis são ilustrados com xilogravuras, uma técnica de impressão que utiliza uma matriz de madeira entalhada. A imagem é esculpida na madeira e, em seguida, tintada e impressa no papel, criando um efeito visual característico e cheio de personalidade. Embora nem todo cordel precise ter xilogravura, essa arte tornou-se intimamente ligada à estética do cordel, enriquecendo a experiência do leitor. Originalmente, os cordéis mais antigos não traziam xilogravuras nas capas; clichês de artistas de cinema ou fotos eram comuns. As xilogravuras passaram a ser mais frequentes a partir da década de 1940.
Tradicionalmente, os cordéis são impressos em folhetos de papel simples e vendidos em feiras e mercados. Atualmente, existem diversas formas de publicar seu cordel. É possível optar pela publicação independente, criando seus próprios folhetos, ou buscar editoras especializadas em literatura regional ou popular. A internet também se tornou um importante meio de divulgação, permitindo que os cordelistas alcancem um público mais amplo.
A história do cordel no Brasil é marcada por grandes talentos. Leandro Gomes de Barros (1865-1918) é considerado um dos pioneiros e o "rei dos poetas populares" de seu tempo, tendo sua obra influenciado muitos cordelistas. Outro nome de grande destaque é Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva, 1909-2002), conhecido por sua poesia que retrata a vida e as lutas do povo nordestino, com obras como "A Triste Partida". Outros autores importantes incluem João Martins de Athayde, Firmino Teixeira do Amaral, José Pacheco e, mais recentemente, Bráulio Bessa, que popularizou o gênero para novas gerações.
A Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), fundada em 1988 e com sede no Rio de Janeiro, é uma instituição fundamental para a preservação e promoção do cordel, reunindo um vasto acervo de folhetos e obras relacionadas.
Fazer um cordel é uma jornada gratificante que conecta o autor a uma rica tradição cultural brasileira. Com dedicação, estudo e criatividade, é possível dominar essa arte e encantar leitores com seus versos.
Aprenda como fazer omelete de ovo perfeito com este guia completo. Descubra técnicas, dicas de especialistas e variações para um prato delicioso e nutritivo.
Aprenda como fazer nhoque perfeito com este guia completo. Descubra segredos, dicas e técnicas para um nhoque leve, saboroso e que derrete na boca. Explore variações e molhos deliciosos!
Aprenda como fazer arroz na panela elétrica de forma fácil e prática! Guia completo com passo a passo, dicas e soluções para um arroz soltinho e delicioso.