O exame de fezes é uma ferramenta diagnóstica fundamental na medicina, capaz de fornecer informações valiosas sobre a saúde do sistema digestório e identificar diversas condições, desde infecções parasitárias até problemas mais complexos. Entender como fazer o exame de fezes corretamente é crucial para garantir a precisão dos resultados e, consequentemente, a eficácia do tratamento. Este guia detalhado explora os aspectos essenciais do procedimento, desde o preparo até a coleta e o que os resultados podem indicar.
Médicos solicitam o exame de fezes por uma variedade de razões. Ele pode ser parte de um check-up de rotina ou usado para investigar sintomas específicos como diarreia persistente, dor abdominal, sangue nas fezes, perda de peso inexplicada ou suspeita de infecção por parasitas, bactérias ou vírus. A análise das fezes permite avaliar a digestão e absorção de nutrientes, detectar a presença de microrganismos patogênicos, identificar sangramentos ocultos e auxiliar no diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais. Conforme informações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), a qualidade da amostra é determinante para a confiabilidade do laudo.
Existem diversos tipos de exame de fezes, cada um com uma finalidade específica. Os mais comuns incluem:
Este é talvez o tipo mais conhecido de exame de fezes. Seu objetivo é identificar a presença de parasitas intestinais, como vermes (helmintos) e protozoários, e seus ovos ou cistos. Laboratórios de análises clínicas, como o Grupo Fleury, destacam que, em alguns casos, pode ser necessária a coleta de múltiplas amostras em dias diferentes para aumentar a chance de detecção do parasita.
A coprocultura é utilizada para identificar bactérias patogênicas que podem estar causando infecções intestinais, como a Salmonella, Shigella, Escherichia coli patogênica e Campylobacter. O exame envolve o cultivo da amostra de fezes em meios de cultura específicos para permitir o crescimento e a identificação desses microrganismos. Hospitais de referência, como o Hospital Israelita Albert Einstein, frequentemente utilizam este exame para diagnosticar causas de gastroenterites bacterianas.
Este exame é crucial para a detecção precoce de sangramentos no trato gastrointestinal, que podem não ser visíveis a olho nu. É um importante método de rastreamento para o câncer colorretal e outras condições como úlceras ou pólipos. Recomendações do Instituto Nacional de Câncer (INCA) incluem este exame em programas de rastreamento para populações de risco.
Além dos mencionados, existem outros exames mais específicos, como a dosagem de gordura fecal (para avaliar má absorção), pesquisa de rotavírus ou adenovírus (causadores de diarreia, especialmente em crianças), e a calprotectina fecal (marcador de inflamação intestinal). A indicação de cada exame de fezes dependerá da suspeita clínica do médico.
O preparo para o exame de fezes pode variar dependendo do tipo de análise solicitada. É fundamental seguir as orientações fornecidas pelo laboratório ou pelo médico.
Para a maioria dos exames de fezes, não é necessário jejum, a menos que seja especificamente indicado. É importante urinar antes de evacuar para evitar a contaminação da amostra com urina. A área anal deve estar limpa e seca.
Para alguns exames, como a pesquisa de sangue oculto, pode ser necessário restringir o consumo de certos alimentos (como carnes vermelhas, alguns vegetais crus e alimentos ricos em ferro) e medicamentos (como anti-inflamatórios e suplementos de ferro) por alguns dias antes da coleta, pois eles podem interferir no resultado. Sempre confirme com o laboratório ou seu médico sobre quaisquer restrições dietéticas ou medicamentosas. A Federação Brasileira de Gastroenterologia frequentemente orienta sobre a importância de seguir à risca essas recomendações para evitar resultados falso-positivos ou falso-negativos.
A coleta adequada da amostra é um passo crítico para garantir a qualidade do exame de fezes.
Geralmente, o laboratório fornece um frasco coletor estéril com uma pazinha. É importante utilizar apenas este recipiente. Não se deve usar papel higiênico, papel toalha ou qualquer outro material para coletar as fezes diretamente, a menos que orientado especificamente pelo laboratório para algum tipo de exame em particular.
Portais de saúde, como o Drauzio Varella, costumam oferecer guias visuais e simplificados sobre o processo de coleta.
Em bebês que usam fraldas, as fezes podem ser coletadas diretamente da fralda logo após a evacuação, desde que não estejam misturadas com urina. Use a pazinha para transferir uma porção para o frasco coletor. Se as fezes estiverem líquidas, pode-se tentar inverter a fralda (com o plástico para dentro) para facilitar a coleta. Em crianças maiores, o processo é similar ao dos adultos, mas pode requerer auxílio e orientação.
Após a coleta, a amostra de fezes deve ser encaminhada ao laboratório o mais rápido possível. Geralmente, o ideal é que chegue em até 2 horas após a coleta se mantida em temperatura ambiente, ou em até 12 a 24 horas se refrigerada (entre 2°C e 8°C), dependendo do tipo de exame. É crucial verificar as instruções específicas do laboratório, pois alguns exames, como a pesquisa de trofozoítos de protozoários, exigem que a amostra seja analisada muito rapidamente e sem refrigeração. Informações de laboratórios como o Dasa reforçam a importância do tempo e da temperatura de conservação.
Os resultados do exame de fezes são interpretados pelo médico em conjunto com o histórico clínico e outros exames do paciente. Resultados anormais podem indicar:
É importante ressaltar que apenas um profissional de saúde qualificado pode interpretar os resultados do seu exame de fezes e fornecer um diagnóstico.
Pode coletar fezes do vaso sanitário? Não é recomendado, pois a água do vaso pode conter desinfetantes ou outros microrganismos que contaminam a amostra, além de diluí-la. O ideal é evacuar em um recipiente limpo e seco ou utilizar dispositivos coletores apropriados.
Quanto tempo a amostra de fezes pode ficar na geladeira? Geralmente, de 12 a 24 horas, mas isso varia conforme o tipo de exame. Siga sempre a orientação do laboratório. Por exemplo, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) possui manuais técnicos que detalham essas variações para diferentes patógenos.
Pode fazer exame de fezes estando menstruada? Sim, mas é importante ter cuidado redobrado para que o sangue menstrual não contamine a amostra de fezes, especialmente se o exame for para pesquisa de sangue oculto.
Realizar o exame de fezes de forma correta é um passo importante para o cuidado com a sua saúde. Ao seguir as orientações de preparo e coleta, você contribui para a obtenção de resultados precisos, auxiliando seu médico no diagnóstico e tratamento adequados.
Aprenda como fazer omelete de ovo perfeito com este guia completo. Descubra técnicas, dicas de especialistas e variações para um prato delicioso e nutritivo.
Aprenda como fazer nhoque perfeito com este guia completo. Descubra segredos, dicas e técnicas para um nhoque leve, saboroso e que derrete na boca. Explore variações e molhos deliciosos!
Aprenda como fazer arroz na panela elétrica de forma fácil e prática! Guia completo com passo a passo, dicas e soluções para um arroz soltinho e delicioso.