A literatura de cordel, com suas rimas ricas e narrativas envolventes, é uma das manifestações culturais mais autênticas do Brasil, especialmente no Nordeste. Aprender como fazer cordel é mergulhar em uma tradição secular, que encanta pela simplicidade e profundidade. Este guia se propõe a ser um farol para aspirantes a cordelistas, detalhando os passos e segredos dessa arte singular.
Antes de versejar, é crucial compreender que o cordel é mais do que métrica e rima; é a voz do povo, um retrato da cultura e do imaginário popular. A Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) define o cordel como poesia popular impressa, herdeira dos romances e histórias em versos que cruzaram o Atlântico com os colonizadores portugueses, encontrando solo fértil no Brasil. Inicialmente, os folhetos eram pendurados em cordas ou barbantes – daí o nome "cordel". Dominar como fazer cordel envolve, portanto, um respeito por essa herança e uma conexão com suas raízes narrativas.
A estrutura do cordel é tradicionalmente bem definida, e conhecê-la é o primeiro passo prático para quem deseja aprender como fazer cordel.
A métrica mais comum no cordel é a setissilábica (versos de sete sílabas poéticas), conhecida como redondilha maior. Também se encontram versos decassilábicos. A contagem das sílabas poéticas é feita até a última sílaba tônica do verso. A regularidade métrica é essencial para a musicalidade do cordel, um aspecto fundamental destacado por estudiosos da Universidade de São Paulo em análises sobre poesia popular.
A rima é outro elemento vital. As estrofes mais comuns são as sextilhas (seis versos), com esquema rímico XAXAXA (o segundo, quarto e sexto versos rimam entre si, sendo X os versos brancos ou com rimas diferentes). Outras formas, como a septilha, a oitava e a décima, possuem seus próprios esquemas. A riqueza e a naturalidade das rimas demonstram a habilidade do cordelista em como fazer cordel.
A "oração" no contexto do cordel refere-se à narrativa, à história contada. Um bom cordel prende o leitor do início ao fim. Seja um conto de fadas, uma crítica social, um episódio histórico ou uma aventura fantástica, a clareza e a progressão da história são cruciais. Grandes mestres como Leandro Gomes de Barros e Patativa do Assaré eram exímios contadores de histórias através de seus versos.
A linguagem do cordel costuma ser acessível, muitas vezes incorporando regionalismos e expressões populares, o que contribui para sua forte conexão com o povo. No entanto, isso não significa pobreza vocabular; pelo contrário, há uma riqueza na simplicidade e na escolha precisa das palavras para se encaixar na métrica e na rima, e transmitir a mensagem desejada ao aprender como fazer cordel.
Embora não seja parte da escrita em si, a xilogravura é intrinsecamente ligada à imagem do cordel. As capas dos folhetos, com suas ilustrações rústicas e expressivas, são uma marca registrada. Conhecer essa arte complementa o entendimento de como fazer cordel em sua forma tradicional. Muitos cordelistas são também xilógrafos, ou trabalham em parceria com artistas.
Tradicionalmente, os cordeis são impressos em pequenos folhetos. Hoje, com as novas tecnologias, é possível também divulgar seu trabalho online, em blogs, redes sociais e plataformas de autopublicação. O importante é fazer sua voz ser ouvida e sua arte circular. Existem diversas gráficas pequenas que ainda produzem folhetos no estilo tradicional, mantendo viva a essência de como fazer cordel e sua distribuição.
Aprender e praticar como fazer cordel é também uma forma de preservar um importante patrimônio cultural brasileiro. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) reconheceu a Literatura de Cordel como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro em 2018, destacando sua importância para a identidade e memória nacional. Ao criar novos cordeis, você contribui para a continuidade e renovação dessa tradição.
Dominar como fazer cordel é um aprendizado contínuo, que exige dedicação, leitura dos clássicos e, acima de tudo, paixão pela poesia popular. É uma arte que se renova a cada verso, a cada história contada, mantendo-se vibrante e relevante. Que este guia sirva de inspiração para que novas vozes se juntem à rica tradição do cordel brasileiro.
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