Velório de influenciador: polêmica sobre proibição de candomblé

A Morte de Dengo e o Início da Polêmica
O influenciador digital Pedro Henrique, conhecido como Dengo, faleceu aos 30 anos em um trágico acidente de trânsito na Avenida Brasil, Rio de Janeiro. O acidente, ocorrido na altura do Viaduto Oscar Brito em Campo Grande, vitimou Dengo e deixou outras três pessoas feridas. Seu carro capotou após passar por uma poça d'água, segundo relatos da namorada, Samara Mapoua.

A notícia de sua morte precoce comoveu fãs e amigos, mas a comoção logo se misturou a uma polêmica inesperada: a proibição de manifestações religiosas de matriz africana em seu velório.
A Decisão do Irmão e a Reação nas Redes Sociais
A decisão de proibir os rituais religiosos africanos partiu do irmão de Dengo. Apesar de reconhecer a fé do falecido no candomblé, ele alegou que a família é evangélica e que não permitiria quaisquer rituais relacionados ao candomblé, umbanda ou religiões semelhantes, justificando sua decisão pelo respeito à mãe e avó, que não seguem essas religiões.
Essa decisão gerou uma onda de indignação nas redes sociais. Usuários criticaram a atitude do irmão, argumentando que a proibição desrespeita a fé do falecido e questionaram a imposição de crenças religiosas em um momento de luto. Comentários como o de Eduarda Moura ("ACHEI RIDÍCULO! O menino sempre foi muito forte com a religião dele, e porque não pode ter nada? Absurdo") e Luana Rodrigues ("Mas vai respeitar a religião dos vivos, e a religião do próprio falecido é passada pra trás???? Muito fácil falar “o fulano pediu” quando o fulano não tá nem aqui mais pra afirmar") refletem a repercussão negativa.
Além da proibição religiosa, o irmão também proibiu filmagens e fotografias do corpo, chegando a ameaçar quebrar os celulares de quem desrespeitasse a ordem.
O Contexto da Intolerância Religiosa no Brasil
O caso de Dengo destaca um problema persistente no Brasil: a intolerância religiosa. Manifestações de preconceito e discriminação contra religiões de matriz africana são frequentes, e essa situação se agrava em momentos delicados como o luto.
É importante lembrar que a Constituição Brasileira garante a liberdade religiosa a todos os cidadãos, e qualquer ato que viole esse direito é passível de punição. A proibição dos rituais no velório de Dengo configura um claro desrespeito à liberdade religiosa do falecido e à sua memória.
Reflexões sobre Luto, Fé e Respeito
A história de Dengo levanta questões importantes sobre como a sociedade lida com a morte e o luto, especialmente em contextos de diversidade religiosa. A decisão do irmão demonstra um conflito entre diferentes sistemas de crenças e a complexidade de lidar com a dor e a perda.
O episódio destaca a necessidade de diálogo e respeito às diferentes crenças, mesmo em momentos de sofrimento. A repercussão nas redes sociais demonstra a urgência de uma discussão sobre tolerância religiosa e respeito às escolhas individuais.
A família de Dengo, em nota oficial, lamentou sua morte, descrevendo-o como um homem generoso e de presença inesquecível. No entanto, a polêmica gerada pela proibição dos rituais religiosos permanece como um triste exemplo da intolerância que ainda persiste em nossa sociedade.
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