Tragédia em clínica clandestina: 5 mortos e trabalho forçado
Incêndio Mortal Expõe Clínica Clandestina no DF
Um incêndio no Instituto Terapêutico Liberte-se, no Distrito Federal, resultou em cinco mortes e onze feridos, expondo um cenário aterrador de trabalho forçado, maus-tratos e funcionamento clandestino.
Funcionamento Irregular e Maus-Tratos
Denúncias anônimas à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) relatam que os internos eram mantidos em condições subumanas. Quartos gradeados com cadeados, ausência de profissionais de saúde, falta de equipamentos de segurança básicos (extintores, rotas de fuga, bebedouros) e negligência em casos de crises convulsivas configuram um quadro de extrema gravidade.
A ausência de monitoramento adequado coloca em evidência a falta de compromisso com a segurança e o bem-estar dos internos. A negligência resultou em consequências fatais, comprometendo a integridade física e a vida de diversas pessoas.
Trabalho Forçado em Chácaras
Além das péssimas condições de higiene e segurança, os internos eram submetidos a trabalho forçado em chácaras ligadas à clínica. Tarefas extenuantes como limpar chiqueiros, cavar fossas e cuidar de animais eram impostas sob ameaça de punições severas.
As punições incluíam isolamento prolongado em quartos trancados, além de alimentação precária, composta por sobras de supermercado. Essa situação configura exploração e violação dos direitos humanos básicos.
Internações Compulsórias e Violência
Relatos indicam internações compulsórias e arbitrárias, com famílias coagidas a manter seus parentes internados mediante cobranças de valores abusivos. A violência física e psicológica também era parte da rotina, com relatos de amarrações e agressões por monitores.
Vítimas e Responsáveis
As vítimas fatais do incêndio foram identificadas como Darley Fernandes de Carvalho (26 anos), José Augusto Rosa Neres (39 anos), João Pedro Costa dos Santos Morais (26 anos), Daniel Antunes Miranda (28 anos) e Lindemberg Nunes Pinho (44 anos). O proprietário da clínica, Douglas Costa de Oliveira Ramos (33 anos), admitiu a falta de alvará de funcionamento e aprovação do Corpo de Bombeiros.
Imagens aéreas mostram a destruição causada pelo incêndio, que atingiu grande parte do telhado da clínica onde viviam 46 dependentes químicos. Vizinhos relataram ter escutado gritos de socorro e fortes estampidos durante o incêndio.
Investigação e Interdições
A Secretaria de Proteção de Ordem Urbanística (DF Legal) constatou irregularidades no licenciamento, confirmando que a chácara onde ocorreu o incêndio não estava prevista no alvará de funcionamento. Uma outra filial da clínica, localizada em Sobradinho, também foi interditada por falta de licença.
A CLDF encaminhou um ofício ao Governo do Distrito Federal e ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para que a investigação avance e os responsáveis sejam responsabilizados. A tragédia serve como um alerta para a necessidade de fiscalização mais rigorosa e prevenção de novas tragédias.
Conclusão: A Necessidade de Justiça e Prevenção
O caso da clínica clandestina no DF expõe a fragilidade do sistema de proteção a pessoas vulneráveis e a necessidade de medidas urgentes para prevenir novas tragédias. A investigação precisa ser célere e justa, garantindo que os responsáveis sejam punidos e que medidas sejam tomadas para evitar que situações semelhantes se repitam.
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