Porsche, Assassinato e PCC: A Trama em SP

O Assassinato do Promotor e o Porsche Vermelho
Em julho de 2023, um crime chocante abalou São Paulo: a tentativa de assassinato do promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas. O fio condutor dessa trama? Um Porsche 911 Carrera vermelho, avaliado em quase R$ 1 milhão.

O veículo, inicialmente adquirido pelo empresário José Ricardo Ramos de Maurício Maurício Silveira Zambaldi, conhecido como Dragão, dono da loja Dragão Motos, foi revendido apenas dez dias depois. A razão, posteriormente descoberta pelas autoridades, era aterradora: financiar o atentado contra o promotor.
A Rede Criminosa por Trás do Crime
A investigação, iniciada após um telefonema anônimo, revelou uma complexa rede criminosa envolvendo Ramos, Zambaldi e Sérgio Luiz de Freitas, o Mijão, um membro da ‘ala da morte’ do PCC atualmente foragido. Zambaldi, investigado por organização criminosa, tráfico e lavagem de dinheiro, planejou o atentado como retaliação à Operação Linha Vermelha, realizada em fevereiro de 2023.
A operação resultou em buscas e apreensões em sua casa e empresas, levando-o a destruir seu celular. A investigação revelou uma parceria entre Dragão e Mijão, com Dragão auxiliando na ocultação de bens do crime organizado, incluindo a transferência de imóveis para um intermediário, que os repassou para uma empresa ligada ao filho de Mijão.
O Papel de José Ricardo Ramos
José Ricardo Ramos, morador de Alphaville, em Campinas, com histórico criminal por homicídio, receptação e roubo, teve um papel crucial na trama. Recrutado por Dragão e Mijão, ele recebeu dinheiro para comprar o Porsche, posteriormente revendido para financiar o atentado. Sua responsabilidade incluía monitorar a rotina do promotor, identificar locais frequentados e buscar carros blindados para a execução.
Ramos também estava encarregado de contratar assassinos, viajando inclusive para o Rio de Janeiro e Goiás. Em Goiás, ele recebeu uma Hilux SW4 blindada, preparada para o crime, equipada com uma metralhadora .50.
A Participação de Outros Atores
Thiago Salvador, dono de um estacionamento e lava-rápido, forneceu um veículo para Ramos monitorar o promotor e repassou informações sobre sua rotina. A investigação do Gaeco aponta que Ramos auxiliava o PCC na lavagem de dinheiro e na revenda de agrotóxicos roubados. O plano envolvia a troca das placas da Hilux e a remoção do banco traseiro para instalar a metralhadora.
Conexões e Implicações
Este caso demonstra a sofisticação e periculosidade das redes criminosas, revelando uma conexão preocupante entre o crime organizado, o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro e a tentativa de assassinato de um promotor de justiça. A audácia do plano, financiado pela venda de um carro de luxo, sublinha a gravidade da situação.
A investigação continua em andamento, com a busca pelo foragido Mijão e a apuração de todos os envolvidos. A prisão de Ramos e Zambaldi representa um passo importante, mas a ameaça persiste. O caso destaca a necessidade de esforços contínuos na luta contra o crime organizado e a proteção de autoridades que combatem a criminalidade.
Leia também:


