Parceria Inteligente: 75% Trabalharão COM IA, Não PARA Ela

Parceria Inteligente: 75% Trabalharão COM IA, Não PARA Ela

A inteligência artificial (IA) está redefinindo o local de trabalho a um ritmo vertiginoso, mas uma nova pesquisa global da Workday, divulgada originalmente pela Computer Weekly, revela uma nuance crucial na forma como os profissionais encaram essa revolução: 75% dos funcionários estão confortáveis em trabalhar com a IA, mas uma parcela significativamente menor, apenas 30%, se sente à vontade sendo gerenciada por ela. Este dado sublinha uma fronteira clara que as organizações precisam respeitar para uma adoção bem-sucedida da tecnologia.

O estudo, intitulado "AI Agents Are Here—But Don't Call Them Boss" (Agentes de IA Estão Aqui — Mas Não Os Chame de Chefes), foi conduzido pela Hanover Research a pedido da Workday, entrevistando 2.950 tomadores de decisão de TI e líderes de implementação de software em diversas regiões globais entre maio e junho de 2025. A pesquisa focou especificamente em "agentes de IA", definidos como sistemas capazes de realizar tarefas, tomar decisões e interagir de forma autônoma ou semi-autônoma, aprendendo e se adaptando ao longo do tempo.

A Busca Pela Parceria, Não Pela Subordinação

A distinção entre trabalhar com e ser gerenciado por é fundamental. Os funcionários veem a IA como um colega de equipe, uma ferramenta poderosa para aumentar a produtividade e a eficiência. Quase 90% dos entrevistados acreditam que os agentes de IA os ajudarão a realizar mais tarefas, e 76% na área de finanças, por exemplo, preveem que a IA pode ajudar a preencher a lacuna de talentos. A confiança é maior em áreas como suporte de TI e desenvolvimento de habilidades, onde a IA pode atuar como um "copiloto" ou assistente, aprimorando as capacidades humanas.

No entanto, a ideia de uma IA atuando como superior hierárquico ou operando de forma autônoma sem supervisão humana gera desconforto. Apenas 24% dos respondentes se sentem à vontade com agentes de IA operando em segundo plano sem conhecimento humano. Essa cautela reflete preocupações legítimas sobre a perda de controle, a necessidade de supervisão humana em decisões críticas e a importância do julgamento ético.

Desafios e Preocupações na Integração da IA

Apesar do otimismo em relação aos ganhos de produtividade, a pesquisa também revelou uma "espada de dois gumes" na percepção dos funcionários. Quase metade (48%) dos trabalhadores se preocupa que o aumento da produtividade possa levar a maior pressão e carga de trabalho. Outras preocupações significativas incluem:

  • Uma possível diminuição do pensamento crítico (48%)
  • Menos interação humana no dia a dia (36%)
  • Questões éticas e de governança, como viés, privacidade de dados e questões legais (44%)
  • Desafios de segurança e privacidade (39%)
  • Preocupações com o uso indevido da IA (30%)

Essas preocupações destacam a necessidade de uma implementação cuidadosa e transparente da IA. A confiança na tecnologia não é automática; ela cresce com a experiência. Enquanto apenas 36% das organizações que exploram agentes de IA confiam em seu uso responsável, esse número salta para 95% entre aquelas que estão em fase de escalar o uso da tecnologia.

O Caminho para uma Parceria Sustentável

Kathy Pham, vice-presidente de IA da Workday, enfatiza que estamos "entrando em uma nova era de trabalho onde a IA pode ser uma parceira incrível e um complemento ao julgamento humano, liderança e empatia". Para construir essa confiança, é fundamental ser intencional na forma como a IA é utilizada, mantendo as pessoas no centro de cada decisão. Isso significa definir claramente os papéis dos agentes de IA, explicar como eles tomam decisões e garantir que haja sempre supervisão e responsabilidade humanas, especialmente em áreas sensíveis como contratação, finanças e questões jurídicas.

A pesquisa da Workday serve como um guia para as empresas que buscam navegar na era da IA. A mensagem é clara: a inteligência artificial tem um potencial imenso para transformar positivamente o trabalho, mas seu sucesso depende de como as organizações equilibram a automação com a valorização das habilidades humanas. A era da colaboração humano-IA já começou, e o respeito aos limites e o foco no empoderamento humano serão os pilares para um futuro do trabalho verdadeiramente inteligente e humano.

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