Novos Remédios contra Obesidade: OMS atualiza lista de essenciais

A OMS e a Nova Lista de Medicamentos Essenciais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) causou impacto global ao incluir medicamentos de última geração no combate à obesidade e ao diabetes em sua lista de remédios essenciais. Esta decisão histórica reflete a gravidade crescente dessas doenças crônicas e a necessidade de acesso a tratamentos eficazes.

Medicamentos Revolucionários: Semaglutida, Dulaglutida, Liraglutida e Tirzepatida
Entre os fármacos incluídos estão a semaglutida (presente em medicamentos como Ozempic e Wegovy), dulaglutida, liraglutida e tirzepatida (Mounjaro). Esses medicamentos atuam principalmente sobre o hormônio GLP-1, regulando a produção de insulina e promovendo uma maior sensação de saciedade. Embora inicialmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2, sua eficácia na perda de peso tem se mostrado notável, abrindo novas perspectivas no combate à obesidade.
Mecanismo de Ação e Eficácia
O mecanismo de ação desses medicamentos se baseia na mimetização do GLP-1, um hormônio incretina que regula a glicemia e o apetite. Ao estimular os receptores GLP-1, eles promovem a liberação de insulina de forma dependente da glicose, ou seja, a insulina é liberada somente quando necessário, evitando hipoglicemia. Além disso, esses medicamentos atuam no sistema nervoso central, aumentando a sensação de saciedade e reduzindo a ingestão calórica.
O Impacto Global da Obesidade e do Diabetes
A gravidade da situação é alarmante. Dados da OMS indicam que em 2021, mais de 3,7 milhões de mortes foram diretamente relacionadas ao sobrepeso ou à obesidade, um número superior à soma de mortes por malária, tuberculose e HIV/AIDS. Mais de 1 bilhão de pessoas sofrem com obesidade e mais de 800 milhões com diabetes, representando um enorme desafio para os sistemas de saúde globalmente.
Acesso Equitativo: O Desafio do Custo
Apesar da eficácia comprovada, o alto custo desses medicamentos representa uma barreira significativa de acesso, especialmente em países de baixa renda. Nos EUA, o custo mensal pode ultrapassar US$ 1.000. A OMS reconhece essa problemática e defende a produção de versões genéricas para garantir que as populações mais vulneráveis não sejam excluídas do acesso a esses tratamentos. Estudos sugerem que um semaglutida genérico poderia custar apenas US$ 4 mensais na Índia, demonstrando o potencial de redução de custos com a produção genérica.
O Papel das Patentes e a Produção Genérica
O fim das patentes para alguns desses medicamentos em países como Canadá, Índia e China, previsto para 2026, é um passo crucial para facilitar a produção de versões mais acessíveis e expandir o acesso global a esses tratamentos.
Benefícios Adicionais e Abordagem Multifacetada
Além do combate à obesidade e ao diabetes, estudos demonstram benefícios adicionais desses medicamentos. Um estudo publicado no JAMA revelou que pacientes com problemas cardíacos que utilizam esses tratamentos têm 40% menos risco de hospitalização ou morte precoce. A luta contra a obesidade e o diabetes exige uma abordagem multifacetada, que inclua não apenas o acesso a medicamentos eficazes, mas também políticas públicas de promoção de saúde e estilos de vida saudáveis, como incentivo à atividade física, alimentação equilibrada e educação nutricional.
Conclusão: Um Passo Significativo, mas com Desafios a Superar
A inclusão desses medicamentos na lista de essenciais da OMS representa um passo significativo na luta contra a obesidade e o diabetes. No entanto, o desafio de garantir acesso equitativo a tratamentos eficazes e acessíveis permanece. A produção e distribuição de versões genéricas, aliada a políticas públicas eficazes, são fundamentais para assegurar que esses medicamentos cheguem a quem mais precisa.
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