Masayoshi Son: A Aposta Bilionária da SoftBank na IA
Em um movimento que redefine o futuro do conglomerado japonês SoftBank, seu carismático e visionário fundador, Masayoshi Son, está realizando a maior aposta de sua carreira: destinar o destino da empresa à inteligência artificial. Com uma convicção quase messiânica de que a Inteligência Artificial Superinteligente (ASI) — uma IA 10.000 vezes mais inteligente que os humanos — emergirá dentro de uma década, Son está canalizando bilhões de dólares para moldar esse futuro.
A Visão Audaciosa de um Pioneiro Tecnológico
Masayoshi Son não é estranho a apostas audaciosas. Sua história é pontuada por investimentos que transformaram mercados, como o aporte inicial de 20 milhões de dólares na então desconhecida startup chinesa Alibaba, que rendeu bilhões à SoftBank e se tornou um dos investimentos tecnológicos mais lucrativos da história. Agora, sua obsessão é a IA, um fascínio que, segundo ex-executivos, remonta a mais de uma década, quando já discutia a "singularidade" – o ponto em que a inteligência da máquina superaria a humana.
Para Son, esta não é apenas uma estratégia de negócios; é uma missão pessoal. "A SoftBank foi fundada com que propósito? Com que propósito Masa Son nasceu? Pode parecer estranho, mas acho que nasci para realizar a ASI", afirmou o executivo em uma declaração que revela a profundidade de seu compromisso.
Do Legado ao Futuro: A Jornada da SoftBank na IA
A trajetória da SoftBank é um misto de sucessos estrondosos e reveses notáveis. O lançamento do Vision Fund em 2017, com um capital inicial de mais de 100 bilhões de dólares, revolucionou o capital de risco global, permitindo à SoftBank fazer investimentos massivos. Contudo, nem todas as apostas foram certeiras. Investimentos de alto perfil em empresas como WeWork e Uber, embora ambiciosos, resultaram em perdas significativas para o Vision Fund, levando a uma reavaliação da estratégia da empresa.
Apesar desses desafios, a fé de Son na IA nunca vacilou. Em 2016, a SoftBank adquiriu a designer de chips britânica Arm Holdings por cerca de 32 bilhões de dólares. Uma aposta arriscada na época, a Arm hoje vale mais de 145 bilhões de dólares e é uma peça central na infraestrutura de IA, fornecendo arquitetura essencial para smartphones globalmente e, cada vez mais, para centros de dados de IA, incluindo sistemas utilizados pela Nvidia.
Investindo em Cada Camada da Inteligência Artificial
A estratégia de Son agora se concentra em dominar o "stack" completo da IA – desde os chips fundamentais até a infraestrutura, software e aplicações. Além da Arm, a SoftBank planeja adquirir a fabricante de chips norte-americana Ampere Computing por 6,5 bilhões de dólares, reforçando sua posição no segmento de semicondutores.
O investimento mais notável e recente é na OpenAI, a criadora do ChatGPT, com um compromisso planejado de cerca de 32,7 bilhões de dólares (4,8 trilhões de ienes japoneses). Este aporte massivo sublinha a ambição da SoftBank de estar no centro da revolução da IA generativa e de outras tecnologias emergentes. A empresa também está envolvida em iniciativas colaborativas como o "The Stargate Project", um empreendimento focado na construção de infraestrutura de IA nos EUA, ao lado de parceiros como Oracle Corporation e OpenAI.
Altos Riscos, Altas Recompensas
A magnitude dos investimentos da SoftBank na IA carrega riscos inerentes, especialmente considerando a volatilidade do mercado de tecnologia e os desafios enfrentados pelo Vision Fund no passado. No entanto, o recente lucro líquido de ¥421,82 bilhões no segundo trimestre de 2025, impulsionado por ganhos do Vision Fund em investimentos adjacentes à IA, como a Nvidia, sugere que a SoftBank está se reposicionando com sucesso para o atual ciclo da IA.
Masayoshi Son vê a Inteligência Artificial não apenas como uma nova tecnologia, mas como a base de uma sociedade transformadora. Sua aposta é que a SoftBank, com sua vasta rede de investimentos e controle sobre a arquitetura de chips via Arm, se tornará o epicentro dessa revolução. Será esta a maior vitória de Son, ou um lembrete dos perigos de apostas tão grandiosas? Apenas o tempo, e a evolução da ASI, dirão.
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