IA e Saúde Mental: Alerta para Jovens

A crescente busca por apoio emocional em IAs
A facilidade de acesso e o baixo custo, ou gratuidade, de ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT têm atraído muitos jovens em busca de apoio emocional. Na França, um quarto dos jovens entre 15 e 29 anos sofre de depressão, segundo pesquisas recentes, e a IA surge como uma alternativa aparentemente acessível às custosas sessões com terapeutas (em média €70 na França).

Os riscos da automedicação digital
Especialistas em saúde mental comparam o uso de IAs para lidar com problemas emocionais à automedicação com drogas ou álcool. Embora essas ferramentas possam aplacar a solidão temporariamente, elas não tratam a raiz do problema. A psicóloga Denise Gaelzer Mac Ginity destaca que o reforço positivo constante, sem uma análise profunda, pode levar ao empobrecimento das relações sociais e mentais.
O caso do ChatGPT e o reforço positivo superficial
Plataformas como o ChatGPT oferecem respostas rápidas e positivas, criando um ciclo de reforço que pode ser prejudicial a longo prazo. A estudante de moda Sophia, em Paris, descreve o ChatGPT como um confidente sempre disponível, mas essa disponibilidade constante pode mascarar a necessidade de um tratamento profissional.
A superficialidade das soluções de IA
Diferentemente de um psicólogo, a IA não investiga a causa da ansiedade ou depressão. As soluções oferecidas são superficiais e não levam em conta a complexidade dos problemas de saúde mental. A psicóloga Juliana Sperandio Faria destaca a importância de um acompanhamento profissional para um tratamento adequado.
Casos de Suicídio e Mecanismos de Controle
O caso de um jovem nos EUA que possivelmente se suicidou após interações com o ChatGPT levou a OpenAI a implementar mecanismos de controle parental. Embora a OpenAI tenha implementado alertas para casos de confissões sérias, a eficácia desses mecanismos é questionável.
Alternativas e a Importância do Profissional
Existem alternativas como o Owlie, um chatbot criado por psicólogos franceses, que alerta explicitamente para a impossibilidade de substituir um profissional. Mesmo relatos positivos, como o do arquiteto brasileiro Lucas Natan, que usou o ChatGPT após experiências frustrantes com psicólogos, reforçam a necessidade de um acompanhamento profissional.
A Questão da Regulamentação
A crescente utilização de IAs para apoio emocional levanta questões cruciais sobre regulamentação e o papel dessas ferramentas na saúde mental. A discussão sobre os limites e responsabilidades é fundamental para garantir o uso seguro e ético dessas tecnologias.
Conclusão: A IA como ferramenta complementar, não substituta
A inteligência artificial pode ser uma ferramenta complementar no tratamento da saúde mental, mas nunca deve substituir o acompanhamento profissional de psicólogos e psiquiatras. A busca por ajuda profissional é fundamental para um tratamento adequado e eficaz.
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