Durante a No Code Week, um evento que reúne especialistas e entusiastas do movimento no-code, um tópico de grande relevância emergiu: a importância e as nuances do white labeling ao utilizar produtos e plataformas no-code. Moderado por Lorel Scott da StartupStarter, o painel contou com a participação de figuras proeminentes como Jose Barrera (StartupStarter), Nicolas Grenié (Typeform & VideoAsk), Doc Williams (Brand Factory), Eddy Widerker (WeAreNoCode) e Mariam Hakobyan (Softr.io), que compartilharam suas visões sobre como e quando aplicar essa estratégia.
Jose Barrera, também da StartupStarter, iniciou a discussão definindo o conceito de white labeling. De forma sucinta, trata-se da capacidade de utilizar um produto ou serviço de terceiros, remover a marca original e aplicar a sua própria, apresentando-o como se fosse uma solução desenvolvida internamente. No universo no-code, isso significa poder construir aplicações, sites ou automações utilizando ferramentas existentes, mas oferecendo-as aos clientes finais sob a identidade visual da sua empresa. Barrera enfatizou que essa prática "ajuda na transição para o próximo estágio, onde o produto não é apenas funcional, mas também apresentável".
A discussão rapidamente se aprofundou na relevância do white labeling para a construção de uma imagem de marca sólida e profissional. Jose Barrera argumentou que, para a StartupStarter, é crucial encontrar empresas cujos produtos possam ser adaptados com sua marca. Ele citou o exemplo do Typeform, que em seus planos mais avançados permite a remoção da sua logomarca, contrastando com ferramentas como o Airtable, que geralmente mantém sua identificação visível. "Do ponto de vista cosmético, se você quer ser um negócio mais apresentável, mais 'arrumado', isso realmente ajuda", comentou Barrera, ressaltando seu foco na marca: "tem que parecer bonito e ser a minha 'coisa'".
Doc Williams, da Brand Factory, corroborou essa visão, especialmente no contexto de influenciadores e criadores de conteúdo. Para eles, associar seu nome diretamente a um produto ou serviço é fundamental, e o white labeling permite que a ferramenta utilizada para entregar esse valor desapareça em segundo plano, fortalecendo a marca pessoal do influenciador.
A necessidade do white labeling, no entanto, não é universal e depende muito do contexto e do público. Eddy Widerker, da WeAreNoCode, ponderou que "enquanto resolver o problema do usuário e o white labeling for uma opção para isso, está totalmente bom".
Doc Williams levantou um ponto interessante sobre a comunidade de "lifetime deals" (LTDs), como as encontradas no AppSumo, onde a primeira pergunta frequentemente é sobre a disponibilidade do white labeling. Ele questionou se essa é sempre uma necessidade real ou, por vezes, apenas uma validação estética. "Se o objetivo é apenas validar uma ideia com um público pequeno, como um 'indie maker' testando com 10 a 15 pessoas, talvez não seja crucial desde o início", sugeriu Williams.
Nicolas Grenié, representando Typeform e VideoAsk, introduziu o conceito de "tolerância da audiência". Ele observou que em comunidades como o Product Hunt, o público tende a ser mais tolerante e até curioso sobre as ferramentas no-code utilizadas na criação de um novo produto. Contudo, ao apresentar um produto como um negócio legítimo para um público mais amplo, a presença de logomarcas de terceiros pode gerar questionamentos e diminuir a percepção de profissionalismo.
As abordagens para o white labeling variam entre as diferentes ferramentas no-code, refletindo seus modelos de negócio e o valor que oferecem.
Conforme mencionado por Nicolas Grenié e Jose Barrera, plataformas como Typeform e Videoask oferecem opções de white labeling em seus planos pagos. Isso inclui a remoção de suas logomarcas e, crucialmente, a possibilidade de embutir (embed) os formulários ou vídeos interativos diretamente em um site próprio. "Se você embutir um Typeform no seu site, ninguém sabe que é um Typeform", explicou Grenié. Essa integração nativa é uma forma poderosa de manter a consistência da marca.
Mariam Hakobyan, da Softr.io, explicou a estratégia de sua plataforma. No plano gratuito, a marca da Softr.io é visível, o que é compreensível. No entanto, nos planos pagos, os usuários têm total liberdade para aplicar seus próprios logotipos e personalizar a aparência. "Caso contrário, não funcionaria para nós, pois as pessoas estão construindo seus próprios produtos, suas próprias plataformas, e querem ter seus próprios usuários", afirmou Hakobyan. A Softr.io, nesse sentido, atua como uma intermediária que capacita outros negócios a terem sua própria identidade visual.
Embora o white labeling ofereça muitas vantagens, Eddy Widerker fez um alerta importante sobre modelos de negócios que se baseiam unicamente em pegar tecnologias de terceiros, aplicar o white label e revendê-las. Ele sugere que, embora seja uma prática vista no mercado, é crucial que haja um valor agregado genuíno além da simples revenda de uma solução já existente com outra marca.
A discussão na No Code Week evidenciou que o white labeling é uma ferramenta estratégica poderosa no arsenal de criadores e empresas que utilizam ferramentas no-code. Sua aplicação, contudo, deve ser ponderada, levando em consideração o estágio do negócio, o público-alvo e os objetivos de branding. Enquanto para alguns pode ser um diferencial cosmético que eleva a percepção de profissionalismo, para outros, especialmente aqueles que constroem plataformas e produtos para seus próprios clientes, torna-se uma necessidade para consolidar sua marca no mercado. A flexibilidade oferecida por plataformas como Typeform, Videoask e Softr.io em seus planos pagos demonstra um reconhecimento da importância de permitir que seus usuários brilhem com suas próprias identidades.
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