Seagate Projeta HDDs de 100TB até 2030, Impulsionada pela Demanda de IA

Seagate Mira em Capacidades Massivas com Discos Rígidos de 100TB
A Seagate Technology, renomada fabricante de soluções de armazenamento de dados, anunciou planos ambiciosos para desenvolver discos rígidos (HDDs) com capacidade de 100 terabytes (TB) até o ano de 2030. Esta iniciativa surge em resposta à crescente demanda por armazenamento, especialmente impulsionada pelo avanço da inteligência artificial (IA) e a consequente explosão no volume de dados gerados.
B.S. Teh, diretor comercial da Seagate, revelou que a empresa visa triplicar a capacidade de seus atuais HDDs de ponta nos próximos anos. O maior disco rígido produzido atualmente pela Seagate é o modelo Exos M de 36TB, lançado em janeiro de 2025.
A Tecnologia por Trás do Salto: Mozaic 3+ e HAMR
A chave para alcançar essas capacidades impressionantes reside na plataforma Mozaic 3+ da Seagate, que incorpora a tecnologia de Gravação Magnética Assistida por Calor (HAMR). A HAMR utiliza um pequeno diodo a laser acoplado a cada cabeça de gravação para aquecer momentaneamente a superfície do disco antes de gravar os dados. Esse processo permite que os bits de dados sejam armazenados em áreas magneticamente menores e mais estáveis, aumentando significativamente a densidade de área – a quantidade de dados que pode ser armazenada em um determinado espaço físico no prato do disco.
A plataforma Mozaic 3+ já possibilitou o lançamento de HDDs Exos de 30TB, que estão sendo comercializados para clientes de hiperescala. A Seagate projeta um roteiro que levará a densidades de 4TB e 5TB por prato nos próximos anos, pavimentando o caminho para os HDDs de 100TB e, potencialmente, até 120TB no futuro.
Impacto da Inteligência Artificial no Armazenamento de Dados
O crescimento exponencial da IA é um dos principais motores por trás da necessidade de HDDs de altíssima capacidade. Modelos de IA, como os desenvolvidos por OpenAI, Google e Microsoft, exigem vastas quantidades de dados para treinamento e operação, a fim de aprimorar a qualidade e precisão de seus resultados. Consequentemente, os data centers, que formam a espinha dorsal da infraestrutura de IA, enfrentam uma demanda sem precedentes por capacidade de armazenamento.
B.S. Teh enfatiza que existe uma forte demanda por esses drives de grande capacidade, considerando-os um facilitador crucial para que a indústria possa suprir as necessidades do mercado. Ele argumenta que nenhuma outra tecnologia atualmente consegue oferecer tal capacidade de armazenamento para acompanhar o ritmo de crescimento exigido.
Sustentabilidade e Eficiência Energética em Foco
Apesar do aumento da capacidade, a Seagate afirma estar atenta às preocupações ambientais relacionadas ao consumo de energia dos data centers. A empresa busca projetar seus produtos para oferecer menor consumo de energia por terabyte e maior densidade, o que significa que menos drives são necessários para atingir uma determinada capacidade total, resultando em menor necessidade de espaço físico e energia. A tecnologia Mozaic 3+, por exemplo, pode reduzir o consumo de energia por terabyte em até 40% e a pegada de carbono em 55% em comparação com HDDs PMR tradicionais de 16TB. A Seagate também está investindo em fontes de energia renovável para suas linhas de produção.
O Futuro do Armazenamento: HDDs Continuam Relevantes
Embora as unidades de estado sólido (SSDs) ofereçam vantagens em termos de velocidade, os HDDs continuam sendo uma solução de armazenamento crucial, especialmente para data centers e aplicações que exigem grandes volumes de dados a um custo por terabyte mais baixo. A Seagate, juntamente com outras empresas do setor como a Western Digital e a Toshiba, continua a inovar em tecnologias de HDD para atender à crescente demanda global por armazenamento. Tecnologias como a Gravação Magnética em Setores Sobrepostos (SMR) e o uso de hélio em HDDs também contribuem para o aumento da capacidade e eficiência desses dispositivos.
O desenvolvimento de HDDs de 100TB pela Seagate sinaliza um futuro onde o armazenamento massivo de dados se tornará ainda mais acessível e eficiente, sustentando o crescimento de tecnologias emergentes como a inteligência artificial e o Big Data.
