Paul Van Hoeydonck, Artista da Escultura 'Fallen Astronaut' na Lua, Morre aos 99 Anos
Paul Van Hoeydonck, Escultor Belga da Única Obra de Arte na Lua, Falece aos 99 Anos
Paul Van Hoeydonck, o renomado escultor belga responsável pela criação de "Fallen Astronaut" (O Astronauta Caído), a única obra de arte deixada na Lua, faleceu aos 99 anos. A notícia de seu falecimento em 3 de maio de 2025, em sua casa em Wijnegem, Antuérpia, Bélgica, foi confirmada por sua família. Nascido em Antuérpia em 8 de outubro de 1925, Van Hoeydonck teve uma carreira prolífica, explorando diversos materiais e temas, com destaque para sua fascinação pelo espaço.
A História da Escultura "Fallen Astronaut"
"Fallen Astronaut" é uma pequena estatueta de alumínio de 8,5 centímetros de altura, representando um astronauta em traje espacial. Ela foi colocada na superfície lunar em 1º de agosto de 1971 pelo comandante da missão Apollo 15, David Scott, próximo ao local de pouso do módulo lunar Falcon na região de Hadley Rille. Ao lado da escultura, foi deixada uma placa com os nomes de 14 astronautas e cosmonautas (oito americanos e seis soviéticos) que morreram na busca pela exploração espacial. O objetivo era homenagear aqueles que perderam suas vidas no avanço da exploração espacial. Essa foi a primeira instalação de arte na Lua.
A ideia da escultura surgiu de um encontro entre Van Hoeydonck e o astronauta David Scott. Foram impostas algumas restrições ao design: a escultura deveria ser leve, resistente às temperaturas extremas da Lua e não deveria identificar gênero ou etnia. Inicialmente, o acordo previa que o nome do artista não seria divulgado para evitar a comercialização do programa espacial. A existência da obra só foi revelada ao público após o retorno da missão Apollo 15.
Controvérsias Envolvendo a "Fallen Astronaut"
Apesar da nobre intenção, a "Fallen Astronaut" esteve envolvida em controvérsias. Van Hoeydonck alegou que sua intenção original para a escultura era que ela representasse toda a humanidade e que ficasse em pé, simbolizando a aventura espacial do ser humano, e não um memorial aos caídos. Ele também expressou descontentamento por não ter sido inicialmente creditado como o artista. A situação se complicou quando, em maio de 1972, Van Hoeydonck anunciou planos de produzir e vender 950 réplicas da estatueta. A NASA, que proíbe a exploração comercial de seus programas espaciais, pressionou o artista a desistir da ideia, e nenhuma das réplicas foi vendida na época, embora algumas tenham sido produzidas. Anos depois, em 2019, em parceria com a Galeria Breckner na Alemanha, Van Hoeydonck recriou a ideia original da estátua e comercializou uma edição limitada de 1.971 peças assinadas e numeradas. Em 2021, David Scott contestou o envolvimento de Van Hoeydonck, afirmando que a estatueta deixada na Lua havia sido "fabricada por pessoal da NASA" e que o design era baseado em "figuras de palitos" padronizadas.
Legado de Paul Van Hoeydonck
Paul Van Hoeydonck estudou no Instituto de História da Arte em sua cidade natal e no Instituto de História da Arte e Arqueologia em Bruxelas. Além de "Fallen Astronaut", suas outras esculturas com temática espacial foram exibidas em importantes galerias e museus ao redor do mundo, incluindo Milão, Tóquio e o Guggenheim em Nova York. Em 1997, uma de suas obras em granito, "Le Non d'un Fou Se Trouve Partout", foi instalada na Praça 25 de Abril em Santo Tirso, Portugal, como parte do Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC). Ele também foi tema do documentário de 2020 "The Fallen Astronaut". Apesar das controvérsias, "Fallen Astronaut" permanece um símbolo poderoso da exploração espacial e da memória daqueles que se sacrificaram por ela. A obra de Van Hoeydonck garantiu seu lugar na história como o primeiro e, por muito tempo, único artista a ter uma obra de arte na Lua, até que em fevereiro de 2023, 125 mini esculturas do artista americano Jeff Koons foram enviadas à superfície lunar.
