Palavra para Dízimos e Ofertas: Um Guia Completo para a Generosidade Cristã
A contribuição financeira na vida cristã, seja através de dízimos ou ofertas, é um tema central nas Escrituras e na prática da fé. Mais do que um mero ato de doação, ela representa um gesto de adoração, confiança e reconhecimento da soberania de Deus sobre todas as coisas que possuímos. Neste artigo, vamos mergulhar nas "palavras" bíblicas que fundamentam essa prática, explorando seus significados, propósitos e como podemos cultivar um coração verdadeiramente generoso.
O Fundamento Bíblico dos Dízimos e Ofertas
A prática de devolver uma porção dos bens a Deus não é uma invenção recente; ela permeia a história bíblica desde os patriarcas até o Novo Testamento, evoluindo em sua forma e motivação, mas mantendo seu propósito essencial de honrar a Deus e sustentar Sua obra.
No Antigo Testamento: Um Princípio de Honra e Provisão
O conceito de dízimo (décima parte) aparece pela primeira vez com Abraão, que voluntariamente deu o dízimo de tudo a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo (Gênesis 14:18-20). Mais tarde, na Lei Mosaica, o dízimo se tornou um mandamento explícito para o povo de Israel, com o objetivo de sustentar os levitas, sacerdotes e as atividades do templo, além de prover para viúvas, órfãos e estrangeiros (Números 18:21-24, Deuteronômio 14:28-29).
O profeta Malaquias, em particular, repreende o povo por reter os dízimos e ofertas, prometendo bênçãos abundantes àqueles que fossem fiéis (Malaquias 3:8-10). Este livro destaca que o dízimo não era apenas uma obrigação financeira, mas um teste de fé e confiança na provisão divina.
No Novo Testamento: Graça, Generosidade e Amor
O Novo Testamento não anula a importância de contribuir, mas a ressignifica sob a ótica da graça. Jesus elogiou a viúva pobre que deu "tudo o que tinha para viver", mostrando que a quantidade é secundária à atitude do coração (Lucas 21:1-4). O apóstolo Paulo, em suas cartas, exorta os cristãos à generosidade, não por obrigação ou tristeza, mas com alegria e de coração voluntário. Ele enfatiza que Deus ama quem dá com alegria e que a generosidade dos crentes serve para suprir as necessidades dos santos e glorificar a Deus (2 Coríntios 9:6-8).
A Diferença entre Dízimo e Oferta
Embora ambos sejam atos de contribuição financeira, dízimos e ofertas possuem nuances distintas que são importantes de serem compreendidas.
O Dízimo: O Primeiro e o Melhor
O dízimo é tradicionalmente entendido como a devolução da décima parte (10%) de toda a renda ou provisão a Deus. No Antigo Testamento, era um mandamento sistemático e periódico. Para muitos cristãos hoje, o dízimo continua sendo um princípio de fidelidade e obediência, um reconhecimento de que tudo o que temos vem de Deus e que Ele é digno da "primeira" parte. Ele é frequentemente direcionado para o sustento da igreja local e de seus ministérios.
A Oferta: Generosidade Voluntária e Proposital
A oferta, por sua vez, é uma contribuição voluntária que vai além do dízimo. É um gesto espontâneo, movido pela gratidão, pelo amor e pela percepção de necessidades específicas. As ofertas podem ser destinadas a missões, projetos sociais, ajuda a irmãos em necessidade, ou qualquer outra obra que o coração doador se sinta chamado a apoiar. Sua característica principal é a liberalidade e a ausência de uma quantia ou periodicidade fixa, sendo motivada por uma decisão pessoal e alegre.
Palavras-Chave e Versículos Essenciais para Dízimos e Ofertas
Para quem busca uma "palavra" para ministrar ou meditar sobre dízimos e ofertas, a Bíblia é rica em passagens inspiradoras:
- Malaquias 3:10: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança." (Conexão entre fidelidade e provisão divina).
- Provérbios 3:9-10: "Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e transbordarão de vinho os teus lagares." (Princípio de honra e reconhecimento).
- 2 Coríntios 9:7: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." (Foco na motivação e alegria ao dar).
- Lucas 6:38: "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medirdes, vos medirão a vós." (Princípio da semeadura e colheita na generosidade).
- Filipenses 4:19: "O meu Deus, segundo as suas riquezas em glória, há de suprir cada uma de vossas necessidades em Cristo Jesus." (Confiança na provisão de Deus para o doador fiel).
- Atos 20:35: "Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber." (A alegria e a benção inerentes ao ato de dar).
Como Cultivar um Coração Generoso
A generosidade não é apenas um ato, mas uma atitude do coração que pode ser cultivada e fortalecida ao longo do tempo.
A Motivação Correta: Amor e Gratidão
A verdadeira generosidade nasce do amor a Deus e ao próximo, e da gratidão pelas inúmeras bênçãos recebidas. Quando compreendemos a profundidade do sacrifício de Cristo por nós, a devolução de uma parte de nossos bens se torna uma resposta natural de adoração e reconhecimento.
Planejamento e Fidelidade
Assim como planejamos outras áreas de nossas finanças, é importante planejar nossas contribuições. A fidelidade no dízimo e a decisão consciente de ofertar demonstram compromisso e priorização do Reino de Deus em nossas vidas.
Confiança na Provisão Divina
Dar com alegria e fé significa confiar que Deus suprirá todas as nossas necessidades, conforme Sua promessa. A generosidade é um exercício de fé que nos liberta do apego material e nos alinha com os valores celestiais.
Conclusão: Um Coração de Mordomo Fiel
A "palavra" para dízimos e ofertas é, em última análise, uma palavra sobre a mordomia cristã. Somos administradores dos recursos que Deus nos confia. Ao devolver o dízimo e ofertar com um coração alegre e voluntário, não estamos apenas cumprindo um dever, mas expressando nossa fé, gratidão e amor ao Senhor. Que a sua vida seja um testemunho de generosidade, refletindo o coração de um Pai que dá incansavelmente.
Leia Também
