A busca pelo dispositivo vestível (wearable) perfeito com Inteligência Artificial (IA) está em pleno vapor. Enquanto vemos dispositivos como o Rabbit R1 e o AI Pin da Humane ganharem destaque, muitos acreditam que o formato ideal reside nos óculos ou em fones de ouvido discretos, quase imperceptíveis, como os vistos no filme "Ela" (Her). Neste artigo, exploraremos algumas das opções mais promissoras de óculos inteligentes com IA disponíveis no mercado, analisando suas funcionalidades, limitações e o potencial que carregam para o futuro da interação tecnológica.
Os óculos Meta Ray-Ban representam uma tentativa interessante de integrar IA de forma sutil ao cotidiano. Equipados com pequenas câmeras e alto-falantes direcionais de boa qualidade sonora, eles oferecem uma experiência auditiva imersiva sem a necessidade de fones intra-auriculares. A grande estrela aqui é a integração com a IA Llama da Meta.
Com um simples comando de voz "Hey Meta", é possível fazer perguntas e obter respostas. Mais impressionante ainda é a capacidade de reconhecimento visual: os óculos sabem o que você está vendo graças à câmera embutida. Isso permite fazer perguntas contextuais sobre o ambiente, como "Hey Meta, o que estou vendo agora?", e receber descrições precisas. Por exemplo, ao olhar para uma configuração de computador, a IA pode identificar os monitores e alto-falantes. Essa funcionalidade, que lembra o GPT-4 com Vision, abre um leque de possibilidades para assistência em tempo real.
Os Meta Ray-Ban podem capturar fotos e vídeos, e as lentes em si são normais, podendo ser substituídas por lentes de grau, o que é uma vantagem para quem já usa óculos. Apesar de todas essas funcionalidades, as lentes não possuem display de Realidade Aumentada (AR).
Os XREAL Air 2 seguem um formato semelhante aos Ray-Ban, mas são visivelmente mais robustos. Eles também possuem alto-falantes direcionais de boa qualidade. A principal proposta dos XREAL Air 2 é servir como uma tela pessoal para assistir vídeos e jogar. Ao conectá-los a um dispositivo como um Steam Deck ou smartphone, eles projetam o que parece ser uma tela gigante, de aproximadamente 180 polegadas, à sua frente.
Uma desvantagem significativa é a ausência de uma câmera frontal e a necessidade de uma conexão via cabo, o que limita a mobilidade. Embora possuam uma cobertura escura removível para maior imersão, sem ela é possível ver através das lentes, o que pode ser útil para manter a consciência situacional, mas prejudica a experiência de visualização de mídia. Eles são confortáveis para uso prolongado, mas seu foco é claramente o entretenimento pessoal, não a integração com IA no nível dos Meta Ray-Ban.
Os óculos Frame da Brilliant Labs chegam com a promessa de serem um assistente pessoal de IA completo. Eles oferecem acesso a modelos de IA como Perplexity AI, ChatGPT e Whisper, permitindo respostas a perguntas sobre o que o usuário está vendo, tradução ao vivo (de fala ou texto) e consultas à internet em tempo real. O design, que lembra os óculos de Harry Potter, pode não agradar a todos.
Um ponto interessante é que a funcionalidade de Realidade Aumentada parece estar concentrada em apenas uma das lentes. Durante os testes iniciais, surgiram dificuldades no pareamento com o smartphone via aplicativo "Noa for Frame", e a visualização do texto projetado apresentou problemas como desfoque e inversão. Os óculos não possuem alto-falantes, recomendando-se o uso de fones de ouvido sem fio. Apesar dos problemas iniciais, a capacidade de tradução ao vivo é um grande atrativo. A embalagem minimalista, um tubo de papelão, é um detalhe curioso.
Os óculos RayNeo X2 da TCL são apresentados como os "Primeiros Óculos AR Verdadeiros, Full-Color e com IA do Mundo". Financiados via Indiegogo (anteriormente vistos no Kickstarter), eles prometem uma gama impressionante de funcionalidades:
O controle é feito através de um anel, o RayNeo Ring, que permite rolar e confirmar seleções. A experiência inicial de uso se assemelha à do Apple Vision Pro, com menus flutuando à frente do usuário. A capacidade de tirar fotos e gravar vídeos (incluindo timelapse) está presente. No entanto, a funcionalidade de assistir vídeos diretamente nos óculos ainda não está clara.
Os RayNeo X2 são os mais robustos entre os modelos analisados e podem parecer gigantescos, especialmente em rostos menores. Eles possuem alto-falantes direcionais e controles de toque nas hastes para volume e navegação. Uma cobertura escura também está incluída para melhorar a visualização de mídia. Apesar das promessas, a ausência de uma funcionalidade clara para assistir vídeos de plataformas como YouTube pode ser uma limitação, considerando seu potencial como dispositivo de mídia.
O cenário de óculos inteligentes com IA é empolgante, mas ainda está em desenvolvimento. Cada produto testado apresenta um conjunto único de pontos fortes e fracos.
Para quem busca o melhor custo-benefício e funcionalidades como assistente de IA, câmera integrada, música e chamadas em um formato de óculos de sol convencional, os Meta Ray-Ban continuam sendo uma excelente escolha. Eles funcionam bem e são discretos.
Se o objetivo principal é consumir mídia em uma tela grande pessoal e a conexão por cabo não for um problema, os XREAL Air 2 são uma boa opção.
Os Brilliant Labs Frame, apesar de problemas iniciais de usabilidade e configuração, têm um grande potencial, especialmente com a tradução em tempo real e o acesso a múltiplos modelos de IA. No entanto, atualmente não são recomendáveis até que essas questões sejam resolvidas.
Os TCL RayNeo X2 são os que mais se aproximam da combinação ideal de funcionalidades de IA e AR, oferecendo uma experiência que lembra o Apple Vision Pro em um formato de óculos. Se a capacidade de reprodução de vídeo for aprimorada ou confirmada, eles podem se tornar os óculos definitivos. Contudo, seu tamanho e o preço mais elevado são fatores a considerar.
Ainda estamos nos estágios iniciais da revolução dos wearables com IA. A tecnologia está progredindo rapidamente, e o que hoje parece uma novidade pode se tornar indispensável amanhã. A escolha ideal dependerá das prioridades e do orçamento de cada usuário, mas uma coisa é certa: o futuro está cada vez mais integrado à nossa visão.
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