O universo No-Code democratizou a criação de produtos digitais, permitindo que mais pessoas transformem suas ideias em realidade sem a necessidade de conhecimento profundo em programação. No entanto, com essa facilidade, surge uma dúvida comum entre empreendedores: devo priorizar a definição da marca e a compra do domínio antes de começar a construir, ou o foco inicial deve ser totalmente no desenvolvimento e validação do produto? Durante um painel na No Code Week, especialistas como Lorel Scott da StartupStarter, Jose Barrera também da StartupStarter, Nicolas Grenié da Typeform & VideoAsk, Doc Williams da Brand Factory, Eddy Widerker da WeAreNoCode, e Mariam Hakobyan da Softr.io, debateram essa questão, oferecendo perspectivas valiosas.
Uma das grandes vantagens do movimento No-Code é a agilidade. Eddy Widerker, da WeAreNoCode, ressaltou a importância da experimentação. Ele argumenta que, especialmente no início de uma jornada empreendedora, existe um alto grau de incerteza sobre a viabilidade de uma ideia. “Eu tenho uma lista de uns 30 a 40 domínios que possuo, de ideias que comecei e não deram certo”, compartilhou Widerker, ilustrando como o processo de criação é iterativo.
Ele enfatiza que elementos como nome, domínio e logo não são definitivos e podem evoluir. “Você pode mudar seu nome, pode mudar seu domínio, pode mudar seu logo. Não está escrito em pedra”, aconselha. Widerker relembrou ter passado quase dois meses desenhando um logo para uma de suas primeiras startups, um tempo que ele agora considera excessivo. A lição é clara: a perfeição inicial pode paralisar. O mais importante é validar a ideia com usuários reais o mais rápido possível.
A filosofia do "good enough is good enough" (o bom o suficiente é bom o suficiente), defendida por Eddy Widerker, é particularmente relevante no contexto No-Code. As ferramentas No-Code permitem construir e testar MVPs (Minimum Viable Products) de forma rápida e com custo reduzido. Apegar-se excessivamente à perfeição da marca ou do design inicial pode ser um obstáculo. O foco deve ser em colocar algo funcional nas mãos dos usuários para colher feedback e iterar. A marca pode ser refinada à medida que o produto ganha tração e a visão se torna mais clara.
Jose Barrera, da StartupStarter, trouxe um ponto crucial: embora as ferramentas No-Code, como Softr.io, Webflow e Bubble, tenham tornado a construção de aplicações acessível a não-técnicos, o desafio fundamental permanece o mesmo. “Validar e identificar uma oportunidade de negócio ainda é a parte difícil”, afirmou Barrera. Ele argumenta que, se a capacidade técnica de construir fosse o único gargalo, “todo engenheiro no mundo seria um fundador de startup, o que não é o caso”.
Mariam Hakobyan, da Softr.io, concorda e reforça que a validação com o cliente deve vir primeiro. “Comprar um domínio ou fazer um logo são, na verdade, os últimos passos”, explicou. A preocupação inicial deve ser em entender se existe uma necessidade real no mercado para a solução proposta.
Para facilitar essa experimentação inicial sem grandes barreiras de custo, Mariam Hakobyan mencionou uma novidade interessante: a Softr.io passou a permitir que usuários do plano gratuito conectem seus próprios domínios personalizados. Essa iniciativa visa empoderar ainda mais os criadores, permitindo que testem suas ideias com uma apresentação mais profissional desde o início, sem a necessidade de um investimento financeiro imediato em planos pagos apenas para ter um domínio próprio.
A ideia de que a marca pode evoluir não é apenas teórica. Nicolas Grenié, representando a Typeform e a VideoAsk, compartilhou exemplos concretos. Ele revelou que a Typeform, hoje uma gigante no mundo dos formulários online, começou com o nome “Quickform”. Similarmente, a VideoAsk, sua plataforma de interação por vídeo, inicialmente utilizava o domínio `videoask.it`. Somente após validar o produto e ganhar tração, investiram no domínio `videoask.com`.
“Se a marca é o que te impede de criar seu projeto, então você provavelmente tem outros problemas”, ponderou Grenié. Ele sugere que a busca pelo domínio `.com` perfeito não deve ser um impeditivo para começar. É possível iniciar com um domínio alternativo ou um subdomínio oferecido pela plataforma No-Code e, posteriormente, realizar a transição.
A discussão na No Code Week deixa claro que, no ecossistema No-Code, a agilidade e a capacidade de experimentação são trunfos poderosos. Em vez de se prender à busca pela marca ou domínio ideal logo de cara, os empreendedores devem focar em construir, testar e validar suas ideias com o público. As ferramentas No-Code oferecem o ambiente perfeito para essa abordagem iterativa. A marca, o logo e até mesmo o nome podem e, muitas vezes, devem evoluir junto com o produto e o entendimento do mercado. A prioridade é encontrar um problema real que valha a pena ser resolvido e que os clientes estejam dispostos a pagar pela solução.
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