A Microsoft surpreendeu o mundo da tecnologia durante seu evento Build, apresentando uma nova categoria de computadores pessoais: os Copilot+ PCs. Estes dispositivos marcam um avanço significativo, sendo projetados desde o início com foco em Inteligência Artificial (IA), prometendo transformar a maneira como interagimos com nossas máquinas. Este anúncio sinaliza o início de uma nova era da IA, onde o processamento ocorre cada vez mais localmente, trazendo velocidade e privacidade aprimoradas.
Os Copilot+ PCs são, em essência, computadores onde a Inteligência Artificial é a protagonista. Diferentemente das abordagens anteriores, que dependiam fortemente da nuvem para tarefas de IA, estes novos dispositivos são construídos para executar inferências de IA diretamente no hardware. Isso significa que muitas das funcionalidades inteligentes que estamos começando a ver em softwares poderão operar de forma mais rápida e eficiente, sem a necessidade constante de conexão com a internet para processamento.
O grande diferencial dos Copilot+ PCs reside em sua arquitetura de hardware, pensada especificamente para as demandas da Inteligência Artificial.
Esses computadores vêm equipados não apenas com uma CPU (Unidade Central de Processamento) e uma GPU (Unidade de Processamento Gráfico) potentes, mas também com uma NPU (Unidade de Processamento Neural). A NPU é um processador especializado, dedicado a acelerar tarefas de Inteligência Artificial e aprendizado de máquina. Com a NPU, a inferência de IA pode ocorrer diretamente no dispositivo, liberando a CPU e a GPU para outras tarefas. Isso permite, por exemplo, que você execute programas de IA enquanto joga games que exigem alto desempenho gráfico, sem comprometer a performance de nenhuma das atividades.
Durante a apresentação, a Microsoft fez comparações diretas de performance entre seus novos Copilot+ PCs e o MacBook Air M3 da Apple. Segundo a empresa, em diversos testes, os Copilot+ PCs superaram os concorrentes, estabelecendo um novo padrão de velocidade e eficiência para computadores pessoais.
A decisão de focar no processamento de IA localmente nos Copilot+ PCs traz consigo uma série de vantagens significativas para o usuário.
Executar a Inteligência Artificial no próprio dispositivo reduz drasticamente a latência. Ao contrário de assistentes que precisam enviar dados para a nuvem, processá-los e depois retornar a resposta – como observado em dispositivos como o Rabbit R1 ou o Humane AI Pin – os Copilot+ PCs oferecem respostas quase instantâneas. Além disso, manter os dados do usuário no dispositivo, em vez de enviá-los para servidores externos, representa um ganho considerável em termos de privacidade e segurança.
A experiência com o Microsoft Copilot também foi aprimorada. Se antes o Copilot era acessado principalmente via web ou por uma barra lateral no Windows, agora ele se apresenta como um aplicativo mais robusto e flexível. Essa nova versão do Copilot pode ser 'snapada' (encaixada) em qualquer parte da tela, permitindo uma interação mais fluida e contextualizada. Pete Huang, do The Neuron, observou astutamente que a OpenAI lançou seu aplicativo ChatGPT para Mac, mas não para Windows, possivelmente porque a Microsoft já estava integrando funcionalidades semelhantes diretamente no sistema operacional com o Copilot.
Os Copilot+ PCs chegam com um arsenal de novas funcionalidades que demonstram o poder da IA integrada ao sistema.
Uma das funcionalidades mais comentadas é o Recall. Essencialmente, o Recall permite que o seu PC lembre de tudo o que você fez e viu no computador – websites navegados, documentos abertos, aplicativos utilizados. Com uma interface de busca, você pode facilmente encontrar qualquer informação que tenha acessado anteriormente. A Microsoft enfatizou que o Recall processa todas as informações localmente, não utiliza esses dados para treinamento de IA e permite que o usuário delete qualquer item do histórico que desejar.
O tradicional Microsoft Paint recebeu uma atualização poderosa com o recurso Cocreator. Usuários podem fazer esboços simples e, em tempo real, a IA os transforma em imagens mais elaboradas, seguindo estilos artísticos selecionados pelo usuário, como pixel art, aquarela ou realista. Isso democratiza a criação de arte digital, permitindo que mesmo quem não possui habilidades avançadas de desenho possa gerar visuais impressionantes.
Outra capacidade impressionante demonstrada é a transcrição e tradução de áudio em tempo real. Durante chamadas em plataformas como Microsoft Teams, Zoom ou Google Meet, o Copilot pode transcrever o que está sendo dito e traduzir para diferentes idiomas, exibindo legendas em tempo real. Isso tem o potencial de quebrar barreiras linguísticas em colaborações globais.
A Microsoft também anunciou uma colaboração com a Blackmagic Design, desenvolvedora do software de edição de vídeo DaVinci Resolve. Com os Copilot+ PCs, funcionalidades de IA no DaVinci Resolve, como ferramentas de rotoscopia assistida por IA, serão significativamente aceleradas graças à NPU.
Com o anúncio de funcionalidades como o Recall, surgiram naturalmente preocupações sobre privacidade. A Microsoft foi enfática ao afirmar que a privacidade do usuário é uma prioridade. Asseguraram que os dados coletados pelo Recall são processados e armazenados localmente no PC do usuário e não são enviados para a nuvem da Microsoft nem utilizados para treinar modelos de IA. Além disso, os usuários terão controle granular sobre essas funcionalidades, podendo desativá-las ou deletar informações específicas do histórico do Recall. O fato de todo o processamento de IA ser on-device reforça essa postura.
Os Copilot+ PCs representam uma visão ambiciosa da Microsoft para o futuro da computação pessoal, onde a Inteligência Artificial não é apenas um complemento, mas uma parte integral da experiência do usuário. A capacidade de processar IA localmente, com hardware dedicado, abre um leque de possibilidades para aplicativos mais rápidos, responsivos e que respeitam a privacidade do usuário. Como Sam Altman, CEO da OpenAI, mencionou em uma entrevista sobre o novo GPT-4o, a interação por voz fluida e a capacidade de a IA 'ver' o que está na tela do usuário são aspectos cruciais para assistentes verdadeiramente úteis – algo que o Copilot nos novos PCs parece buscar replicar.
O lançamento dos Copilot+ PCs pela Microsoft é mais do que uma simples atualização de hardware; é uma declaração de intenções sobre o futuro da Inteligência Artificial na computação pessoal. Com foco em processamento local, hardware especializado e novas funcionalidades inovadoras, a empresa está pavimentando o caminho para uma interação mais inteligente, rápida e segura com nossos dispositivos. Resta acompanhar como desenvolvedores e usuários irão abraçar essa nova plataforma e quais inovações surgirão a partir dela.
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