Muitas startups em estágio inicial enfrentam um grande desafio: o marketing. Christian Peverelli, cofundador da We Are No Code, uma plataforma dedicada a capacitar fundadores não técnicos, destaca uma verdade inconveniente: a maioria das startups iniciantes é 'terrível em marketing'. No entanto, dominar essa área é crucial, especialmente quando se trata de adquirir os primeiros clientes. Este artigo explora cinco estratégias de marketing eficazes para fundadores de startups e três erros comuns a serem evitados, baseando-se nas perspicazes observações de Peverelli.
No universo das startups, o marketing em estágio inicial, conforme Peverelli aponta, concentra-se intensamente na aquisição dos primeiros 100 clientes. Este marco não é apenas um número; é a fundação para o sucesso futuro. A forma como uma startup conquista esses clientes iniciais pode ditar a eficácia de suas estratégias de marketing em larga escala posteriormente.
É fundamental entender que, nesta fase, os métodos mais eficazes são frequentemente aqueles considerados 'não escaláveis'. Embora o objetivo final seja a escalabilidade, Peverelli argumenta que negligenciar essa fase manual é um erro. Por quê? Porque essas interações diretas e personalizadas permitem:
O objetivo é entender o cliente a um nível tão profundo que os investimentos futuros em marketing escalável sejam direcionados e eficientes, evitando o desperdício de recursos preciosos.
Com a base estabelecida, Christian Peverelli sugere cinco estratégias principais para adquirir os primeiros 100 clientes:
Esta estratégia envolve uma transição suave da fase de descoberta (onde se busca entender as necessidades do cliente sem vender o produto) para uma abordagem de vendas. Se você já realizou entrevistas com potenciais clientes para validar sua ideia, como Peverelli implicitamente sugere ser uma prática recomendada, você já construiu um relacionamento e uma base de confiança. Agora, é hora de revisitar essas pessoas, apresentar sua solução e tentar convertê-las nos seus primeiros clientes. Este é o 'fruto mais baixo' e muitas vezes o mais fácil de colher.
Após identificar um problema que seu produto resolve, o próximo passo é encontrar onde as pessoas estão discutindo ativamente esse problema. Plataformas como Quora, Reddit, grupos no Facebook e LinkedIn são minas de ouro. Peverelli aconselha a não apenas entrar nessas comunidades, mas agregar valor genuinamente, entender as nuances das discussões e, só então, quando apropriado, apresentar sua solução. O foco deve ser em ajudar, não em vender agressivamente.
O LinkedIn é uma ferramenta poderosa, mas a chave, segundo Peverelli, é a personalização. Em vez de mensagens genéricas e automatizadas, crie uma lista de prospecção direcionada. Pesquise seus alvos: leia seus posts, artigos ou assista a vídeos em que participam. Em seguida, envie uma mensagem personalizada referenciando esse conteúdo, talvez com um elogio sincero. Lembre-se que é um funil: de 100 mensagens personalizadas, talvez 50 vejam, 20 se interessem, 10 respondam, 3 agendem uma reunião e 1 se torne cliente. A persistência é vital: Peverelli enfatiza repetidamente a importância do 'follow-up, follow-up, follow-up'.
Criar sua própria comunidade em torno do problema que sua startup resolve pode ser extremamente valioso. Plataformas como Slack, grupos de Facebook, Circle.so, ou até mesmo uma newsletter, podem ser usadas para reunir potenciais clientes. O objetivo é agregar valor contínuo, facilitar a interação entre os membros e avançar a discussão sobre o domínio do problema. Ao fazer isso, Peverelli observa que alguns membros naturalmente farão a transição para clientes pagantes, pois verão sua startup como uma autoridade e uma fonte de soluções.
Pode parecer antiquado, mas Peverelli insiste que as vendas diretas, cara a cara, ainda têm seu lugar, especialmente para certos tipos de negócios. Ele cita o exemplo de uma startup que assessorou, cujo público-alvo eram bombeiros. A estratégia mais eficaz? Visitar quartéis de bombeiros e conversar diretamente com eles. Isso reforça a ideia de que fundadores precisam sair da zona de conforto e interagir com o mundo real.
Além das estratégias, Peverelli alerta sobre armadilhas comuns no marketing para startups:
A tentação de investir em anúncios no Facebook Ads, Instagram Ads ou TikTok Ads é grande, mas Peverelli adverte que isso pode ser um erro fatal no início. Sem um profundo entendimento do cliente, da mensagem correta e das objeções, o dinheiro será provavelmente desperdiçado em segmentações erradas ou mensagens ineficazes. Agências de marketing podem custar entre $3.000 e $5.000 por mês, mais o custo dos anúncios, geralmente com contratos mínimos. Peverelli sugere que pequenos orçamentos para testar segmentos de mercado podem ser válidos, mas não como estratégia principal antes de validar o básico.
SEO é uma estratégia de marketing poderosa, mas de longo prazo. Startups geralmente precisam de resultados mais rápidos e possuem recursos limitados. Os frutos do SEO podem levar meses ou até anos para aparecer, um tempo que muitas startups não têm. Focar exclusivamente em SEO no início, segundo Peverelli, é um erro; é mais adequado para fases posteriores, após a validação inicial do mercado.
Similar ao SEO, o marketing de conteúdo orgânico – postar regularmente em blogs, redes sociais, etc. – é uma estratégia de longo prazo para construir autoridade e atrair clientes. Peverelli argumenta que sua eficácia é maximizada apenas quando a startup já compreende profundamente seu cliente e validou suas abordagens iniciais através de métodos não escaláveis. Sem essa fundação, o conteúdo pode não atingir o público certo ou não abordar suas reais necessidades.
A jornada de marketing de uma startup é repleta de aprendizados. As estratégias e os alertas de Christian Peverelli, da We Are No Code, servem como um guia valioso. Priorizar a compreensão profunda do cliente através de métodos não escaláveis e, em seguida, aplicar estratégias mais direcionadas, como desenvolvimento de clientes, engajamento em comunidades, prospecção personalizada, construção de comunidade e vendas diretas, pode pavimentar o caminho para a conquista dos primeiros 100 clientes. Igualmente importante é evitar os erros comuns de investir prematuramente em táticas de longo prazo antes de ter uma base sólida. Com foco, persistência e uma abordagem inteligente, as startups podem, sim, ter sucesso em seu marketing inicial.
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