A expressão "homens que fazem sexo com homens" (HSH) é um termo utilizado em saúde pública e pesquisa para descrever comportamentos sexuais, independentemente de como os indivíduos se identificam em termos de orientação sexual. É crucial distinguir entre comportamento sexual, identidade de gênero e orientação sexual para uma compreensão mais completa e nuançada da diversidade humana. Este artigo visa explorar as múltiplas facetas das relações sexuais entre homens, abordando desde a diversidade de experiências e identidades até questões de saúde, aspectos psicossociais e o contexto histórico-cultural no Brasil.
Nem todos os homens que mantêm relações sexuais com outros homens se identificam como gays ou bissexuais. Alguns podem se identificar como heterossexuais, pansexuais, ou podem não usar nenhum rótulo para descrever sua sexualidade. O termo HSH é, portanto, mais abrangente e útil em contextos de saúde para garantir que as informações e os cuidados preventivos alcancem todos que possam necessitá-los. A UNAIDS, por exemplo, reconhece que a categoria HSH engloba uma série de particularidades sexuais e de gênero em diversos contextos socioculturais, podendo incluir homens homossexuais, bissexuais, transexuais ou heterossexuais. Essa distinção é fundamental, pois, como aponta um artigo do El País, a prática sexual pode ser mais flexível e livre do que as categorias socialmente construídas de orientação sexual.
A identidade de gênero também é um fator importante. Homens trans (designados como mulheres ao nascer, mas que se identificam como homens) podem ter relações sexuais com outros homens. Suas experiências e necessidades de saúde podem ser específicas e devem ser consideradas. Da mesma forma, a compreensão da sexualidade evoluiu para reconhecer um espectro mais amplo, como destacado em discussões sobre a Teoria Queer, que analisa criticamente os processos de normalização sobre o masculino e o feminino e a construção da dicotomia hetero/homossexualidade.
A saúde sexual é um componente vital do bem-estar geral. Para homens que fazem sexo com homens, assim como para todas as pessoas sexualmente ativas, é importante ter acesso a informações precisas sobre prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), incluindo o HIV. O Ministério da Saúde do Brasil enfatiza que o uso da camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão de ISTs. Além disso, o SUS oferece testagem regular e gratuita para o HIV e outras ISTs, bem como estratégias de prevenção combinada, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP).
É fundamental que os serviços de saúde sejam acolhedores e livres de discriminação. A Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) busca garantir esse acesso e promover a saúde dessa população. Uma pesquisa Datafolha mencionada pela Veja Saúde apontou que, embora as ISTs afetem homens de diversas orientações sexuais, há taxas relevantes entre homossexuais, ressaltando a importância de campanhas de conscientização e prevenção direcionadas, sem estigmatizar. A Invivo ressalta que, ao falar de IST, o foco não deve recair apenas em comportamentos de risco, mas também considerar questões sociais e econômicas que podem dificultar o acesso à prevenção e informação.
A prevenção é a chave para uma vida sexual saudável. Além do uso consistente de preservativos, a testagem regular para ISTs é crucial, pois muitas infecções podem ser assintomáticas. O diálogo aberto com parceiros sobre histórico sexual e testagem também contribui para a prevenção. A vacinação contra o HPV e a hepatite B são outras medidas preventivas importantes e disponíveis, conforme informado pela Veja Saúde.
Os aspectos psicossociais que envolvem homens que fazem sexo com homens são complexos e variados. O estigma e a discriminação, infelizmente, ainda são realidades que podem afetar a saúde mental e o bem-estar. A homofobia internalizada ou social pode levar a dificuldades na aceitação da própria sexualidade, nos relacionamentos e na busca por cuidados de saúde. Um estudo sobre violência por parceiro íntimo (VPI) entre homens que se relacionam com homens (HRH) aponta como a homofobia e a ocultação da identidade sexual podem ser fatores envolvidos. Pesquisas como a citada pela SciELO sobre comportamentos sexuais durante a pandemia de Covid-19 também podem elucidar aspectos psicossociais, mostrando como diferentes grupos vivenciam o contato social e a intimidade. Por outro lado, o fortalecimento de comunidades, o acesso a espaços seguros e o apoio psicossocial são fundamentais para promover a resiliência e a qualidade de vida.
A história da homossexualidade masculina no Brasil é marcada por períodos de invisibilidade, repressão, mas também de resistência e conquistas. Estudos como o de James N. Green, "Além do Carnaval", detalham o desenvolvimento de subculturas homossexuais no Rio de Janeiro e São Paulo desde o final do século XIX. O antropólogo Peter Fry também foi pioneiro nos estudos sobre comportamento sexual entre homens no Brasil. A literatura homoerótica brasileira, com obras como "Bom-Crioulo" de Adolfo Caminha, já no século XIX, também reflete sobre essas vivências.
A luta por direitos da comunidade LGBTQIA+ no Brasil tem alcançado avanços significativos, especialmente a partir dos anos 1990, com ações de prevenção ao HIV/AIDS entre HSH e a criação de políticas como o programa Brasil sem Homofobia. O Supremo Tribunal Federal (STF) teve papel crucial em garantir direitos como o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia e transfobia. Apesar dos avanços, desafios persistem, e a garantia da igualdade e o combate à discriminação continuam sendo pautas centrais para organizações e ativistas. A Anamatra destaca a importância de assegurar os direitos da comunidade LGBTQIAPN+ e combater o preconceito.
Compreender a temática de "homens que fazem sexo com homens" requer uma abordagem multifacetada, que reconheça a diversidade de experiências, promova a saúde e o bem-estar, e esteja atenta aos contextos sociais, históricos e legais. A informação precisa e o respeito são fundamentais para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
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