O movimento No-Code, que capacita a criação de aplicações e soluções digitais sem a necessidade de escrever código de programação tradicional, ganhou um impulso significativo nos últimos anos. Durante a No Code Week, um evento destacado pela S² TV, especialistas do setor se reuniram para discutir as tendências e o futuro promissor dessa revolução tecnológica, especialmente com foco nas previsões para 2021 e além. Este artigo explora as principais ideias compartilhadas, analisando como o No-Code está moldando o desenvolvimento de software e empoderando uma nova geração de criadores.
O No-Code não é apenas uma tendência passageira, mas uma transformação fundamental na forma como abordamos o desenvolvimento de software. Ele democratiza a criação de tecnologia, permitindo que indivíduos e empresas transformem ideias em realidade de forma mais rápida e acessível.
Conforme discutido por Lorel Scott da StartupStarter, a pandemia global de COVID-19 atuou como um catalisador para a adoção de ferramentas No-Code. Com a necessidade urgente de digitalização e soluções rápidas, muitas empresas, como a Tapcart, viram um crescimento exponencial ao alavancar o poder do No-Code para expandir suas operações e equipes durante esse período desafiador.
Os painelistas da No Code Week ofereceram diversas perspectivas sobre a evolução do No-Code, destacando áreas chave de desenvolvimento e impacto futuro.
Eddy Widerker, da WeAreNoCode, enfatizou que a qualidade e a capacidade das ferramentas No-Code estão em constante aprimoramento. Visionários como Mariam Hakobyan da Softr.io e Nicolas Grenié da Typeform & Videoask estão na vanguarda, construindo plataformas cada vez mais robustas. Essas ferramentas estão se tornando mais sólidas, capazes de lidar com casos de uso mais complexos e expandindo suas funcionalidades para atender a uma gama diversificada de necessidades.
Ainda segundo Eddy Widerker, um dos pilares para o avanço contínuo do No-Code é a necessidade de maior educação e conscientização. Isso não se limita apenas ao universo das startups, mas também se estende a pequenas e médias empresas (PMEs) e grandes corporações. Ele relembrou a observação de Mariam Hakobyan sobre a adoção "bottom-up", onde indivíduos dentro das organizações introduzem e popularizam o uso de novas ferramentas No-Code.
Jose Barrera, também da StartupStarter, destacou a versatilidade crescente do No-Code. Ele exemplificou com o surgimento de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) acessíveis, como uma para prevenção de churn (rotatividade de clientes) com custo mensal de cerca de $50. Para Barrera, ao capacitar as pessoas no uso de interfaces intuitivas, o No-Code fomenta a criatividade e a exploração de um leque maior de ferramentas. Profissionais com conhecimento em programação, como Mariam, podem criar plataformas No-Code que, por sua vez, habilitam inúmeros outros empreendedores e startups a solucionar problemas específicos, inclusive em domínios avançados como IA e ciência de dados.
Expandindo o ponto de Jose Barrera, Eddy Widerker projetou que o No-Code permitirá a solução de um volume maior de problemas de nicho. Isso ocorrerá porque mais pessoas terão acesso às ferramentas e ao conhecimento para identificar e resolver essas questões específicas. Como resultado, poderemos ver um florescimento de negócios menores e altamente especializados, gerando receitas consideráveis ao atender demandas particulares. Mariam Hakobyan concordou, prevendo uma explosão na "long tail de startups", com um aumento potencial de até 100 vezes no número de novas empresas, não necessariamente dependentes de investimento de capital de risco. Ela também antecipou mais lançamentos de ferramentas No-Code e maior investimento em plataformas construídas com essa abordagem.
Doc Williams, da Brand Factory, ressaltou a importância fundamental de educar os usuários sobre o uso de APIs (Application Programming Interfaces) e plataformas em nuvem, como o Google Cloud Platform. O domínio dessas tecnologias integradas ao No-Code ampliará exponencialmente as capacidades de criação. Williams citou exemplos práticos, como a comunidade de "jogos de fazer bonecas" (doll making games). Com o fim do Flash, surgiu uma plataforma No-Code que permite a esses nichos criar seus próprios jogos, muitas vezes utilizando recursos simples como camadas do Photoshop. Outro exemplo foi uma comunidade de pesca com mosca (fly-fishing) que utilizava fóruns obsoletos e poderia ser modernizada com um aplicativo comunitário criado em minutos usando ferramentas como Glide.
Nicolas Grenié, da Typeform e Videoask, introduziu de forma bem-humorada os NFTs (Non-Fungible Tokens) como uma das tendências quentes para 2021, com Eddy Widerker complementando a discussão. Grenié também mencionou o uso de ferramentas como Retool no ambiente corporativo, capacitando funcionários a desenvolver soluções internas. Ele traçou um paralelo interessante: assim como no passado a primeira pessoa em uma comunidade local que sabia criar websites era vista como uma figura quase divina, o No-Code hoje oferece um poder semelhante para a criação de aplicativos móveis e outras soluções, democratizando o conhecimento e a capacidade de inovação. A aquisição da Makerpad foi citada como um sinal positivo para o crescimento do espaço de educação e comunidade No-Code.
As discussões na No Code Week pintaram um quadro otimista e dinâmico para o futuro do No-Code. A contínua evolução das ferramentas, combinada com uma maior conscientização e educação, está pavimentando o caminho para uma democratização sem precedentes da tecnologia. Desde a resolução de problemas de nicho até a capacitação de grandes empresas e a exploração de novas fronteiras como IA e NFTs, o No-Code está se consolidando como uma força transformadora, permitindo que mais pessoas participem ativamente da criação do futuro digital. A capacidade de inovar não está mais restrita a quem domina linguagens de programação complexas; com o No-Code, a barreira de entrada diminui, e o potencial criativo se expande.
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