O universo No-Code está em franca expansão, democratizando o desenvolvimento de software e capacitando cada vez mais pessoas a transformarem suas ideias em realidade digital. Durante a No Code Week, um painel de especialistas, incluindo Christian Peverelli da WeAreNoCode, Sina Mobasser da Tapcart, Lacey Kesler da Adalo, Nick Carroll da Bubble, Doc Williams da Brand Factory e Tara Reed da Apps Without Code, discutiu as nuances da escolha das ferramentas No-Code certas, a importância de uma estratégia bem definida e como manter o foco no resultado final. Este artigo resume, analisa e expande os principais insights desse debate enriquecedor.
Um dos pontos centrais da discussão, enfatizado por Doc Williams, é a filosofia de "ver o cabo, não a ferramenta". Essa abordagem defende que, antes de se prender a uma plataforma No-Code específica, é crucial entender profundamente o problema que se deseja resolver.
Williams utilizou uma analogia simples, mas poderosa: se você precisa pregar um prego, a ferramenta adequada é um martelo, não uma katana. No contexto No-Code, isso significa que a escolha da plataforma deve ser guiada pela natureza do projeto e pelos objetivos a serem alcançados. "Não preciso ensinar alguém a usar uma katana (...) se há um prego, vá pegar um martelo", exemplificou Doc. Perguntas como "O que você está tentando realizar?" são fundamentais. Tara Reed complementou, ressaltando a importância de considerar a velocidade de desenvolvimento desejada, o orçamento disponível e os planos de expansão do projeto.
A plataforma Bubble foi frequentemente citada como uma ferramenta capaz de "fazer tudo". No entanto, Doc Williams alerta que, embora a capacidade seja vasta, é preciso questionar: "O que você está tentando realizar?". Nem sempre a ferramenta mais poderosa é a mais adequada para tarefas simples ou para quem tem prazos curtos e pouca experiência. Um usuário que precisa de um projeto concluído em três horas sem nunca ter usado o Bubble antes pode encontrar dificuldades significativas, ilustrando a importância de alinhar a complexidade da ferramenta com a necessidade e o tempo disponível.
O mercado oferece uma gama diversificada de plataformas No-Code, cada uma com suas particularidades, curvas de aprendizado e especializações. A escolha ideal depende do caso de uso específico e do perfil do desenvolvedor.
Lacey Kesler, da Adalo, destacou a eficácia de sua plataforma no ensino de bancos de dados relacionais, especialmente através de seus processos de onboarding e walkthroughs. Doc Williams também mencionou o AppSheet como uma excelente opção para construir bancos de dados relacionais de forma rápida, pois a ferramenta pode, em certos casos, estruturar o banco de dados para o usuário.
A discussão também abordou plataformas mais conhecidas para criação de websites, como o Wix. Doc Williams afirmou que não existe uma ferramenta No-Code universalmente "melhor". O Wix pode ser perfeitamente adequado para determinados usuários e projetos, dependendo do que se pretende alcançar, da rapidez desejada e dos objetivos financeiros. O foco deve estar sempre na funcionalidade e no resultado, não em uma suposta superioridade de uma plataforma sobre outra.
Christian Peverelli, da WeAreNoCode, ressaltou que diferentes ferramentas No-Code podem ser combinadas de forma eficaz para criar soluções robustas e personalizadas, formando um "tech stack" No-Code.
Peverelli citou o exemplo de utilizar o Webflow para desenvolver front-ends visualmente atraentes e funcionais, enquanto outras plataformas No-Code, como Adalo ou Bubble, podem ser empregadas para construir a lógica de back-end e a funcionalidade do aplicativo. Essa combinação permite aproveitar os pontos fortes de cada ferramenta. Ele também mencionou que o Webflow está evoluindo para incluir funcionalidades de membresia, que antes dependiam de integrações com ferramentas como Memberstack.
Tara Reed, fundadora da Apps Without Code, compartilhou sua jornada no ensino de No-Code, ilustrando a evolução das abordagens pedagógicas e das próprias ferramentas.
Inicialmente, a Apps Without Code ensinava exclusivamente Bubble. Com o amadurecimento do mercado, passaram a cobrir diversas ferramentas. Atualmente, focam primariamente no Glide para iniciantes, devido ao seu equilíbrio entre facilidade de uso e funcionalidade. Essa mudança reflete a necessidade de adaptar o ensino ao perfil do aluno, especialmente aqueles que não desejam se tornar desenvolvedores No-Code em tempo integral, mas sim lançar seus próprios aplicativos e focar em outras áreas de seus negócios, como marketing e gestão.
Tara Reed categoriza as ferramentas No-Code em dois grandes grupos: as "one-stop-shop", como o Bubble, que oferecem uma tela em branco para construir praticamente qualquer tipo de aplicação; e as ferramentas verticais, que são especializadas em um tipo específico de solução. Como exemplos de ferramentas verticais, ela cita:
Essa distinção ajuda os usuários a direcionarem suas escolhas de acordo com a especificidade de seus projetos.
A discussão na No Code Week reforça que o sucesso no desenvolvimento No-Code não reside apenas na escolha da ferramenta, mas na estratégia adotada. Compreender o problema, definir claramente os objetivos, considerar o perfil do usuário final e do desenvolvedor, e estar disposto a combinar plataformas são passos cruciais. O No-Code é uma poderosa alavanca para a inovação e o empreendedorismo, e a escolha consciente das ferramentas, baseada no "cabo" e não apenas na "ferramenta", é o que verdadeiramente capacita a transformação de ideias em soluções digitais de impacto.
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