Empresas Estrangeiras Dominam Mercado de Energia Solar no Brasil, Alerta CEO da WEG

Domínio Estrangeiro no Setor de Energia Solar Brasileiro
O mercado de energia solar no Brasil, apesar de seu notável crescimento e potencial, enfrenta um desafio significativo: a forte presença de empresas estrangeiras, especialmente chinesas, que dominam a venda de equipamentos fotovoltaicos. Essa realidade foi destacada por Harry Schmelzer Jr., CEO da WEG, uma das maiores fabricantes de equipamentos elétricos do Brasil. Segundo dados recentes, empresas chinesas controlam cerca de 90% das vendas de placas solares no país, enquanto a participação da WEG, uma gigante nacional, é de apenas 1% nesse segmento específico.
A Posição da WEG no Mercado Solar
A WEG, fundada em 1961, é uma empresa global com atuação em diversos setores, incluindo motores elétricos, automação industrial e, mais recentemente, energias renováveis. A companhia tem investido no setor de energia solar, fornecendo produtos e soluções para usinas solares e sistemas de geração distribuída. Em 2022, a WEG atingiu um faturamento líquido de R$29,9 bilhões, com mais da metade proveniente de vendas internacionais. Apesar de sua força em outros segmentos e de sua experiência tecnológica, a competição no mercado de painéis solares é acirrada, com empresas chinesas oferecendo preços competitivos e tecnologias avançadas.
A WEG tem buscado ampliar sua participação no setor solar, inclusive com o lançamento de estruturas fotovoltaicas de marca própria e novas linhas de inversores monofásicos, visando aquecer o mercado residencial. A empresa também se consolidou como fornecedora de grandes usinas solares e mantém parcerias com integradores para projetos de geração distribuída. Além disso, a WEG firmou parcerias estratégicas, como com o Banco BV, para ampliar a atuação em energia solar no Brasil.
Desafios e Oportunidades para a Indústria Nacional de Energia Solar
O domínio estrangeiro no mercado de painéis solares levanta questões sobre a capacidade de competição da indústria brasileira. Para fortalecer o setor nacional, são necessários investimentos em inovação tecnológica, ampliação de parcerias e a busca por nichos de mercado. O Brasil possui um imenso potencial para a geração de energia solar, com altos índices de irradiação em grande parte do território. Esse potencial, aliado a incentivos governamentais e à redução dos custos da tecnologia, tem impulsionado o crescimento do setor.
No entanto, desafios como a dependência de componentes importados, a necessidade de maior infraestrutura de transmissão e distribuição, e a complexidade burocrática ainda precisam ser superados. Para fomentar a indústria nacional, o governo brasileiro tem iniciativas como o programa Nova Indústria Brasil, que busca atrair fabricantes de equipamentos fotovoltaicos e baterias para o país, e o mapeamento da cadeia produtiva do setor solar. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) também desempenha um papel importante, alertando para a necessidade de políticas industriais adequadas que evitem a criação de uma reserva de mercado artificial e promovam o desenvolvimento sustentável do setor.
O Futuro da Energia Solar no Brasil segundo Harry Schmelzer Jr. e Especialistas
Apesar dos desafios, o futuro da energia solar no Brasil é promissor. O país foi o quarto maior mercado mundial de energia solar em 2024, adicionando 18,9 GW de potência e demonstrando um crescimento significativo. Especialistas como Fabio Carrara, CEO da Solfácil, destacam que, mesmo com variações de preço, o investimento em energia solar no Brasil continua vantajoso, com um retorno rápido em comparação com outros mercados. A expectativa é que o mercado continue em expansão, impulsionado pela busca por alternativas sustentáveis e pela atratividade dos retornos financeiros. Para Harry Schmelzer Jr. e a WEG, o foco em inovação e o desenvolvimento de soluções para eficiência energética e energias renováveis são caminhos para o crescimento contínuo. A empresa também está envolvida em projetos de energia eólica, como a instalação do maior aerogerador onshore produzido no Brasil.
A consolidação de uma indústria nacional forte no setor de energia solar depende de um esforço conjunto entre empresas, governo e instituições de pesquisa, visando superar os desafios e aproveitar as vastas oportunidades que o país oferece.
