Mais de seis décadas após seu falecimento, Marilyn Monroe volta a capturar a imaginação do público, desta vez por meio de uma façanha tecnológica extraordinária. No recente evento South by Southwest (SXSW) em Austin, Texas, a "Digital Marilyn" fez sua estreia, marcando um momento significativo na interseção da tecnologia de inteligência artificial (IA) com o legado de ícones culturais.

A Origem de Digital Marilyn

"Digital Marilyn" é fruto de uma colaboração entre a Soul Machines, uma empresa de IA especializada na criação de pessoas digitais realistas, e o Authentic Brands Group, detentor dos direitos de imagem de Marilyn Monroe e outros celebridades falecidas. Este projeto ambicioso visa não apenas preservar, mas também revitalizar o legado de Monroe de uma maneira nunca antes vista.

Tecnologia por Trás da Magia

Impulsionada por processamento de linguagem natural avançado, aprendizado profundo e GPT-3.5, Digital Marilyn representa um avanço notável na capacidade de máquinas em imitar interações humanas. Através da tecnologia proprietária de câmera e microfone da Soul Machines, ela é capaz de ler emoções dos usuários, analisar preferências e personalizar suas respostas, oferecendo uma experiência de diálogo fluido e adaptativo.

Imersão e Interatividade

Em uma demonstração recente, Digital Marilyn compartilhou suas memórias, falando sobre seu papel favorito no filme "Some Like It Hot" de 1959 e recomendando outras comédias como "Gentlemen Prefer Blondes". Suas respostas expressam emoções autênticas, como sorrir em resposta a elogios e pausar reflexivamente antes de responder a perguntas, proporcionando uma imersão sem precedentes.

O Futuro da Interação com Celebridades

Greg Cross, CEO da Soul Machines, enfatizou que o projeto "Digital Marilyn" ilustra o potencial de sua tecnologia "Biological AI" e abre um vislumbre do futuro das interações imersivas. Dana Carpenter, EVP do Authentic Brands Group, ecoou esses sentimentos, destacando que, embora Monroe jamais possa ser substituída, Digital Marilyn abre novas possibilidades para os fãs se engajarem com seu legado.

Reflexões sobre IA e Entretenimento

A estreia de Digital Marilyn no SXSW é um marco na utilização da IA para ampliar o valor e o alcance das marcas de celebridades além de suas vidas. Contudo, a aplicação da IA no entretenimento levanta questões éticas importantes, especialmente com a recente greve da SAG-AFTRA sobre o uso da IA nas performances e semelhanças dos atores.

Conclusão

Digital Marilyn não é apenas uma homenagem a uma das maiores ícones culturais do século XX, mas também uma ponte para o futuro, onde a interação com o passado pode ser tão viva e pessoal quanto com o presente. À medida que exploramos as possibilidades que a IA oferece, também devemos navegar cuidadosamente suas implicações éticas, garantindo que a tecnologia sirva para enriquecer, e não diminuir, a experiência humana.