O universo das startups é frequentemente associado à busca incessante por capital e rodadas de investimento milionárias. No entanto, uma discussão recente promovida pelo canal We Are No Code, com a participação de especialistas como Christian Peverelli, mergulha em uma perspectiva mais nuançada sobre o financiamento de startups e o papel crescente de ferramentas no-code na democratização do empreendedorismo.
Christian Peverelli, moderador do debate, iniciou questionando a premissa de que toda startup precisa de investimento externo para prosperar. Ele argumentou que "não existe uma solução única" e que o momento certo para buscar capital varia enormemente entre as empresas. Peverelli compartilhou sua própria experiência de optar por não levantar capital para um de seus empreendimentos, simplesmente porque "não precisávamos".
Existe uma narrativa predominante, especialmente no ecossistema de tecnologia, de que o sucesso de uma startup está atrelado à sua capacidade de levantar grandes somas de dinheiro. Essa pressão pode levar fundadores a priorizar a criação de pitch decks impressionantes em detrimento da construção de um negócio sólido. Como exemplo, Peverelli citou o caso da Brex, cujos fundadores, anteriormente da Pagar.me, teriam levantado 75 milhões de dólares com um pitch deck de apenas 14 slides. Embora possa parecer um caso de sucesso, ele levanta a questão: "Não é de se admirar que os fundadores estejam focados em polir pitch decks em vez de construir empresas, se esse é o tipo de narrativa que estamos transmitindo?"
A jornada de financiamento pode seguir diversos caminhos. Pode começar com investimentos de familiares e amigos (o chamado "family and friends"), evoluir para investidores-anjo, buscar capital de risco (VC money) ou, como Peverelli exemplificou, seguir o caminho do bootstrapping, ou seja, crescer utilizando apenas os recursos gerados pelo próprio negócio. A decisão, segundo os participantes, deve ser consciente e alinhada com as necessidades reais da empresa, e não apenas seguir uma tendência.
A responsabilidade de desmistificar a cultura do investimento a qualquer custo não recai apenas sobre os empreendedores. Os investidores também têm um papel crucial. Uma das participantes da discussão enfatizou a importância da transparência: "Somos super transparentes sobre os tipos de negócios em que queremos investir". Ela destacou que o foco deve estar em "negócios sólidos, não em pitch decks sofisticados". Essa clareza ajuda a alinhar expectativas e a direcionar os empreendedores para o caminho mais adequado.
A necessidade de os fundadores se educarem sobre as diferentes facetas do investimento e sobre o que os investidores realmente buscam foi um ponto de consenso. Compreender que VCs procuram investir em modelos de negócio sustentáveis e escaláveis é fundamental para preparar a empresa, e não apenas uma apresentação, para o escrutínio dos investidores.
A conversa também abordou como as ferramentas no-code estão transformando o cenário para novos empreendedores, especialmente aqueles que estão no início de sua jornada e podem não ter acesso imediato a grandes volumes de capital ou conhecimento técnico aprofundado.
Um dos debatedores aconselhou os empreendedores iniciantes a "começar pequeno". As plataformas no-code, como as discutidas frequentemente em comunidades como a Indie Hackers, permitem que se "molhe os pés sem muito risco". É possível validar ideias e construir produtos com um investimento inicial significativamente menor do que seria necessário com desenvolvimento tradicional. "Para construir um produto hoje, custa muito menos de 100 mil dólares", afirmou, incentivando a experimentação com orçamentos menores, como 10 mil ou até mil dólares, para testar a viabilidade de um negócio.
A ascensão do no-code não se limita apenas à redução de custos de desenvolvimento. Ela está intrinsecamente ligada à capacidade de construir e engajar comunidades em torno de produtos e serviços. O painelista se mostrou confiante de que veremos "um negócio de um bilhão de dólares de um empreendedor solo" nos próximos cinco anos, impulsionado por essas plataformas e pela força das comunidades. Ele ressaltou que o sucesso nesse novo paradigma não depende apenas da tecnologia, mas da comunidade que se constrói ao redor dela e das habilidades em nutri-la. A recomendação é não se apaixonar excessivamente pelas ferramentas mais recentes, mas sim "desenvolver seu próprio stack" que funcione para o seu negócio específico, seja para gerenciar cadastros, assinaturas ou criar interfaces intuitivas.
Em suma, a trajetória de uma startup é única, e a decisão sobre buscar ou não financiamento externo deve ser estratégica e bem fundamentada. O advento das ferramentas no-code oferece uma alternativa poderosa, permitindo que mais pessoas testem suas ideias, construam negócios viáveis com menos capital inicial e, quem sabe, se tornem os próximos unicórnios, talvez até mesmo operando de forma enxuta e independente. A chave, como destacado por Christian Peverelli, é "pensar grande, começar pequeno", e entender que o momento certo para cada passo, incluindo a busca por VCs, chegará quando a empresa estiver genuinamente pronta.
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