DeepSeek vs. OpenAI: A Batalha pela Propriedade Intelectual e o Avanço da IA de Código Aberto

O “Coelho” da DeepSeek e o Desafio à OpenAI

Nos bastidores do cenário da Inteligência Artificial (IA), uma nova e intrigante competição vem ganhando força. A DeepSeek, um modelo de IA desenvolvido por um fundo de cobertura chinês, emergiu como um concorrente de peso, supostamente superando o modelo OpenAI O1 em raciocínio, com um custo de treinamento impressionantemente baixo de apenas US$ 5,5 milhões, conforme revelado em análises recentes. O que a torna ainda mais notável é sua natureza de código aberto, disponibilizando a tecnologia amplamente e, para muitos, sem custos diretos de uso. Essa abordagem “livre e de código aberto” tem sido vista como um golpe devastador para gigantes da tecnologia, especialmente a OpenAI, que tem defendido a ideia de que o desenvolvimento de IA é complexo e extremamente caro.

A Guerra da Propriedade Intelectual: Distilação e Acusações

A ascensão meteórica da DeepSeek levou a OpenAI a acusá-la de roubo de propriedade intelectual. A alegação central é que a DeepSeek utilizou uma técnica conhecida como “distilação” para refinar seus modelos, aproveitando as saídas geradas pelos modelos da OpenAI, o que violaria os termos de serviço da empresa. A distilação de modelos é uma prática comum na indústria de IA, onde o conhecimento de um modelo grande e robusto (o “professor”) é transferido para um modelo menor e mais eficiente (o “aluno”). Embora a técnica em si não seja controversa, o uso das saídas de um modelo proprietário para construir um rival direto é o cerne da discórdia. A OpenAI, inclusive, oferece em sua plataforma as ferramentas para a distilação de modelos, desde que o objetivo não seja criar um concorrente direto.

A Hipocrisia por Trás das Acusações da OpenAI

A ironia da situação não passa despercebida. A própria OpenAI tem sido alvo de diversas ações judiciais por infração de direitos autorais, acusada de “raspar” vastas quantidades de dados da internet – incluindo materiais protegidos por direitos autorais – sem a devida permissão. Figuras proeminentes como Elon Musk e autores como George R.R. Martin estão entre os que movem ações contra a OpenAI por uso indevido de seus conteúdos. Relatos recentes também mostram que a OpenAI está enfrentando empresas de notícias indianas em batalhas por direitos autorais. Esse padrão de “fazer e pedir perdão depois” é uma tática que alguns observadores da indústria tecnológica comparam ao modo como empresas como Uber e Airbnb cresceram, expandindo-se agressivamente antes que as regulamentações pudessem alcançá-las. Até o momento, a OpenAI tem prevalecido em muitas dessas disputas legais, mas a situação com a DeepSeek adiciona uma nova camada de complexidade.

A Ascensão dos Modelos Chineses

Enquanto a disputa entre DeepSeek e OpenAI se desenrola, o cenário da IA na China se mostra cada vez mais vibrante. A Alibaba Intelligence, por exemplo, lançou recentemente o Qwen 2.5 Max. Embora não seja um modelo de raciocínio, é um modelo de código aberto que, em diversos benchmarks (como Arena-Hard, MMLU-Pro e GPQA-Diamond), superou o DeepSeek V3, Claude e até mesmo o GPT-4o da OpenAI. Além disso, outro modelo chinês, o Kimi k1.5, lançado por uma equipe diferente, também alega superar o OpenAI O1 em desempenho multimodal. Isso sugere uma intensa “corrida da IA” dentro da própria China, com os Estados Unidos, segundo alguns, ficando para trás, e a Europa focada em outras inovações tecnológicas.

Inovação Técnica da DeepSeek: Superando o CUDA

Um dos aspectos mais impressionantes da DeepSeek é sua eficiência técnica. O modelo alcançou uma performance 10 vezes superior à de outros modelos, em parte, por não utilizar a plataforma proprietária CUDA da NVIDIA para executar código em GPUs. Em vez disso, a DeepSeek utilizou diretamente a Parallel Thread Execution (PTX) da NVIDIA, uma abordagem de baixo nível que, em termos conceituais, é tão complexa quanto construir um site usando código assembly. Essa proeza técnica demonstra a alta capacidade de engenharia da equipe por trás da DeepSeek.

Privacidade e Soberania de Dados: Um Alerta da DeepSeek

Apesar de seu apelo de código aberto, o uso da DeepSeek na web levanta questões importantes sobre privacidade. De acordo com os termos de serviço, todas as interações, dados e entradas de teclado são processados e armazenados na China, e qualquer disputa seria governada pelas leis da República Popular da China. Para aqueles que valorizam a privacidade, essa é uma consideração importante. No entanto, para evitar que dados sejam enviados para servidores externos, o modelo pode ser executado localmente, como demonstrado em tutoriais de especialistas em tecnologia.

O Triunfo do Código Aberto na IA

Em última análise, a controvérsia da DeepSeek e o surgimento de outros modelos chineses de código aberto reforçam uma tendência crescente: o código aberto está ganhando terreno na indústria de IA. Isso significa que, para desenvolvedores, é o momento ideal para construir produtos inovadores e amados pelos usuários, utilizando as ferramentas de código aberto disponíveis. Uma dessas ferramentas é o PostHog, patrocinador deste vídeo. O PostHog é uma solução de código aberto completa, como um canivete suíço, para analisar, testar, observar e implementar melhores funcionalidades em produtos. Ele oferece ferramentas de análise de produto para entender clientes e construir funis, análise web para substituir soluções como o Google Analytics, e recurso de replay de sessão para ver como os usuários interagem com seu aplicativo. Além disso, inclui funcionalidades como feature flags e experimentos (testes A/B). Com SDKs para web, mobile e aplicações server-side, e uma documentação focada no desenvolvedor, o PostHog é fácil de implementar. Sendo de código aberto e auto-hospedável, oferece controle total sobre os dados. E para começar, há um plano gratuito totalmente gerenciado que não exige cartão de crédito. Experimente o PostHog para impulsionar seus projetos de código aberto e construir produtos que as pessoas realmente amem.