Como investir em ouro em 2025? Guia completo para proteger seu patrimônio

Por Mizael Xavier
Como investir em ouro em 2025? Guia completo para proteger seu patrimônio

Ouro como Investimento em 2025: Uma Análise Abrangente

O ouro tem sido historicamente considerado um refúgio seguro para investidores, especialmente em períodos de incerteza econômica e volatilidade nos mercados financeiros. À medida que entramos em 2025, a questão sobre a validade de investir em ouro continua pertinente. Este artigo explora as diversas facetas do investimento em ouro, incluindo suas vantagens, desvantagens, as diferentes formas de investir e as perspectivas para o metal precioso no Brasil.

Entendendo o Investimento em Ouro

Investir em ouro significa adquirir o metal precioso, seja em sua forma física (barras, moedas) ou através de instrumentos financeiros que o representam, como ETFs (Exchange Traded Funds) ou fundos de investimento. A principal motivação por trás desse investimento é a capacidade do ouro de preservar o poder de compra ao longo do tempo, atuando como uma proteção contra a inflação e instabilidades econômicas. Muitos bancos centrais, inclusive, mantêm parte de suas reservas internacionais em ouro. O ouro é visto como uma reserva de valor devido à sua raridade e capacidade de manter seu valor ao longo do tempo, não dependendo das flutuações econômicas de curto prazo.

Vantagens de Investir em Ouro

Investir em ouro oferece diversas vantagens:

  • Reserva de Valor: O ouro é historicamente reconhecido por manter seu valor, mesmo durante crises financeiras e períodos de inflação.
  • Proteção contra Inflação: Em cenários de alta inflacionária, o ouro tende a se valorizar, protegendo o poder de compra do investidor.
  • Diversificação de Carteira: O ouro geralmente possui baixa correlação com outros ativos financeiros, como ações e títulos, ajudando a reduzir o risco geral da carteira.
  • Liquidez: O mercado de ouro é altamente líquido, permitindo que os investidores comprem e vendam o metal com facilidade.
  • Ativo Tangível: O ouro físico pode ser guardado e transportado pelo proprietário.
  • Aceitação Universal: O ouro tem sido usado como moeda e símbolo de riqueza por milênios em diversas civilizações.
  • Segurança em Tempos de Crise: Em momentos de instabilidade geopolítica ou econômica, a demanda por ouro como ativo de refúgio tende a aumentar.

Desvantagens e Riscos do Investimento em Ouro

Apesar das vantagens, é crucial considerar as desvantagens e riscos associados ao investimento em ouro:

  • Volatilidade de Preços: O preço do ouro pode sofrer flutuações significativas devido à oferta e demanda, ou influências macroeconômicas.
  • Ausência de Rendimentos Periódicos: Diferentemente de ações que pagam dividendos ou imóveis que geram aluguel, o ouro físico não gera renda passiva. O lucro geralmente provém apenas da valorização do metal.
  • Custos de Armazenamento e Segurança: Para o ouro físico, há custos associados à sua guarda segura, como cofres ou serviços de custódia.
  • Risco de Fraude ou Roubo: Especialmente com o ouro físico, existe o risco de perdas devido a fraudes ou roubos.

Como Investir em Ouro no Brasil em 2025

Existem diversas maneiras de investir em ouro no Brasil, cada uma com suas características e adequação a diferentes perfis de investidor.

Ouro Físico

A forma mais tradicional de investir em ouro é adquirindo o metal em sua forma física, como barras ou moedas. No Brasil, diversas instituições financeiras e empresas especializadas comercializam ouro físico. É possível comprar barras de ouro de diversos tamanhos, a partir de 1 grama. A compra pode ser feita online, com entrega em domicílio, ou em lojas físicas.

Onde comprar ouro físico:

Ao comprar ouro físico, é fundamental verificar a reputação do vendedor, a certificação de autenticidade e a nota fiscal do produto. Algumas empresas garantem a recompra do ouro, desde que o lacre da embalagem não seja violado.

ETFs de Ouro (Exchange Traded Funds)

Os ETFs de ouro são fundos de investimento negociados em bolsa que buscam replicar o desempenho do preço do ouro. Esta é uma maneira prática e acessível de se expor ao metal sem a necessidade de comprar e armazenar o ouro físico. Os ETFs são interessantes para investidores iniciantes, oferecendo gestão profissional e liquidez diária.

No Brasil, o principal ETF de ouro negociado na B3 é o GOLD11. Ele busca replicar o desempenho do preço do ouro com base no fundo americano iShares Gold Trust (IAU), que por sua vez replica o índice LBMA Gold Price. O GOLD11 é gerido pela XP Asset Management e administrado pelo BNP Paribas.

Outro ETF de ouro com lastro físico que estreou na B3 é o GLDX11, lançado pela Investo. Este ETF replica o desempenho do índice Solactive Gold Spot Index através do ETF OUNZ da VanEck.

Para investir em ETFs de ouro, basta ter conta em uma corretora brasileira, acessar o home broker, buscar pelo ticker do ETF (como GOLD11 ou GLDX11), definir a quantidade de cotas e enviar a ordem de compra.

BDRs de ETFs de Ouro e Ações de Mineradoras

Outra forma de investir em ouro é através da compra de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs de ouro negociados no exterior ou de ações de empresas mineradoras de ouro.

BDRs de ETFs permitem que investidores brasileiros acessem fundos de índice de ouro listados em bolsas estrangeiras. Exemplos de BDRs de ETFs de ouro incluem o GDXB39 (VanEck Gold Miners ETF), ABGD39 (Abrdn Physical Gold Shares ETF) e BIAU39 (iShares Gold Trust).

Investir em ações de mineradoras de ouro reflete o desempenho das companhias que exploram e produzem o metal. No mercado brasileiro, um exemplo é a Aura Minerals (AURA33), uma mineradora com BDRs listados na B3.

Contratos Futuros de Ouro

Contratos futuros de ouro são acordos para comprar ou vender uma quantidade predefinida de ouro a um preço fixado para uma data futura. Esta modalidade é mais adequada para investidores com perfil arrojado e experiência em derivativos, devido à sua natureza especulativa e alavancagem financeira. No Brasil, os contratos futuros de ouro são negociados na B3 em reais por grama. A B3 anunciou planos de lançar um novo contrato futuro de ouro ainda em 2024, visando atender a demanda de investidores de varejo. Anteriormente, a B3 havia descontinuado a negociação de contratos de ouro à vista.

Fundos de Investimento em Ouro

Existem também fundos de investimento que aplicam em ouro. Alguns desses fundos podem ter exposição cambial (dólar) e outros não, focando apenas na variação do preço do ouro. Exemplos incluem o BB Multimercado Ouro do Banco do Brasil e fundos oferecidos por gestoras como BTG Pactual e XP Investimentos.

COE (Certificado de Operações Estruturadas)

O COE é um instrumento financeiro que combina elementos de renda fixa e renda variável, podendo oferecer exposição ao ouro com capital protegido ou limitado.

Tributação do Investimento em Ouro no Brasil

A tributação sobre investimentos em ouro no Brasil varia conforme a modalidade.

Para o ouro definido como ativo financeiro e adquirido de instituições financeiras, a tributação segue as regras da renda variável. Ganhos de capital em aplicações de até R$ 20 mil por mês podem ser isentos de Imposto de Renda. Acima desse valor, a alíquota é de 15%. Nas operações de Day Trade (compra e venda no mesmo dia), a alíquota é de 20% sobre o ganho.

Para ETFs como o GLDX11, a alíquota de Imposto de Renda é fixa em 15% sobre o ganho de capital, independentemente do prazo de resgate, e não há cobrança de IOF nem come-cotas.

É importante consultar as regras específicas da Receita Federal para a declaração de investimentos em ouro e seus rendimentos. Para 2025, a Receita Federal divulgou novas regras e limites para a obrigatoriedade da declaração do Imposto de Renda, incluindo novas disposições sobre rendimentos no exterior.

Perspectivas para o Ouro em 2025

As perspectivas para o ouro em 2025 são influenciadas por uma série de fatores globais. Após uma valorização expressiva em 2024, com o preço da onça-troy atingindo recordes, analistas apresentam previsões mistas. Alguns projetam um crescimento modesto, enquanto outros, como o Goldman Sachs, mantêm uma visão otimista, apontando possíveis cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos como um fator de valorização.

Fatores como a instabilidade geopolítica, o endividamento dos países, as políticas dos bancos centrais (como o Federal Reserve dos EUA) e a demanda dos bancos centrais de mercados emergentes (como China, Índia e Turquia) devem continuar influenciando o preço do ouro. A expectativa é que a demanda por ouro como ativo de proteção e diversificação continue, com alguns especialistas prevendo que a onça do ouro possa atingir a marca de US$ 3 mil.

A desvalorização do dólar americano e a diminuição das taxas de juros de curto prazo também são vistos como fatores que podem sustentar o preço do metal precioso. Além disso, o comportamento da inflação global e a busca dos investidores por ativos de refúgio continuarão a desempenhar um papel crucial na trajetória do ouro.

Conclusão: Ouro na Carteira em 2025?

A decisão de investir em ouro em 2025 depende dos objetivos individuais, do perfil de risco e da estratégia de diversificação de cada investidor. O ouro continua sendo uma opção valiosa para proteção de patrimônio e diversificação de carteira, especialmente em um cenário de incertezas econômicas e geopolíticas.

Para investidores iniciantes, pode ser mais prudente focar em construir uma reserva de emergência e adquirir conhecimento sobre investimentos mais tradicionais antes de alocar uma parcela significativa em ouro. Especialistas sugerem que a alocação em ouro não ultrapasse entre 5% e 10% do patrimônio total, principalmente para quem está começando.

Com as diversas opções disponíveis no mercado brasileiro, desde a compra de ouro físico até o investimento em ETFs e fundos, é possível encontrar a modalidade que melhor se adapta às suas necessidades e expectativas para 2025. É fundamental, no entanto, pesquisar, entender os riscos envolvidos e, se necessário, buscar o auxílio de um profissional de investimentos.

Mizael Xavier

Mizael Xavier

Desenvolvedor e escritor técnico

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