O pinhão, semente da araucária, é um alimento tradicional e muito apreciado no sul do Brasil, especialmente durante os meses mais frios. Seu sabor característico e versatilidade na culinária o tornam um ingrediente especial em diversas receitas, desde o simples cozido até pratos mais elaborados. Aprender como fazer pinhão de forma correta garante o aproveitamento máximo de seu sabor e textura.
Saber como fazer pinhão começa pela seleção de sementes de qualidade. De acordo com o professor Flávio Zanette, pesquisador em fruticultura na Universidade Federal do Paraná, o pinhão fresco possui uma casca brilhante, com coloração marrom nas pontas e mais amarelada na região central. Sementes mais velhas tendem a perder esse brilho e apresentar uma cor mais escura e opaca. É importante também verificar a firmeza do pinhão; ele deve estar durinho e a casca preenchida. Descarte pinhões que estejam furados, pois podem indicar a presença de larvas, ou aqueles com a polpa escura, sinal de que já passaram do ponto. Ao comprar, observe se o pinhão não está úmido em excesso ou com sinais de mofo, o que pode indicar que está verde e impróprio para o consumo, podendo causar problemas digestivos. No Paraná, a venda de pinhão verde ou oriundo de outros estados é proibida.
A forma mais comum e prática de como fazer pinhão é cozinhando-o na panela de pressão. O processo é simples e relativamente rápido.
Para quem não possui panela de pressão ou prefere não utilizá-la, é possível cozinhar o pinhão em uma panela comum. O processo é semelhante, mas o tempo de cozimento será significativamente maior, podendo levar de 1 hora e meia a 2 horas, ou até mais, dependendo da quantidade e da idade dos pinhões. É fundamental monitorar o nível da água durante o cozimento e adicionar mais água quente, se necessário, para que os pinhões fiquem sempre submersos.
Outra forma deliciosa de apreciar o pinhão é assando-o. Este método realça um sabor tostado e proporciona uma textura mais crocante.
Para assar no forno, pré-aqueça-o a 200ºC. Espalhe os pinhões lavados em uma forma ou chapa de metal e deixe assar por cerca de 15 a 20 minutos, ou até que a casca comece a se abrir ou estalar. Na air fryer, pré-aqueça a 200ºC, coloque os pinhões (pode-se cortar a pontinha) e asse por cerca de 30 minutos, mexendo na metade do tempo para que assem por igual.
O pinhão também pode ser assado diretamente na brasa da churrasqueira ou sobre uma chapa quente de fogão a lenha. Este método confere um sabor defumado característico. O tempo varia conforme a intensidade do calor, mas geralmente leva de 20 a 30 minutos. É importante virar os pinhões ocasionalmente para que assem por completo. Uma técnica tradicional é a "sapecada", onde os pinhões são assados sobre uma pilha de grimpas (folhas secas de araucária) em chamas.
Descascar pinhão pode parecer uma tarefa árdua, mas algumas dicas facilitam o processo. É fundamental descascá-los ainda quentes ou mornos, pois a casca tende a grudar no miolo quando esfria, dificultando a remoção. Conforme orienta a renomada chef Helena Rizzo, apertar a base do pinhão cozido com os dentes ou com os dedos faz com que a semente saia pela ponta. Outra técnica é utilizar uma faca pequena para cortar a base do pinhão e fazer um corte vertical na casca. Alguns sugerem o uso de um espremedor de alho, posicionando a parte de trás do pinhão no utensílio e apertando para que a semente saia. Deixar os pinhões de molho em água quente por 10 a 15 minutos antes de descascar também pode amolecer a casca.
O pinhão cru pode ser conservado na geladeira, na gaveta de legumes, dentro de um saco plástico não lacrado, por até 60 dias, conforme informações da engenheira química Maria Lucia Masson em entrevista ao G1. No congelador, o pinhão cru e com casca pode durar até 12 meses se armazenado em saco plástico bem fechado a temperaturas inferiores a -18ºC. Após descongelado, deve ser cozido imediatamente. Já o pinhão cozido e sem casca, se embalado a vácuo, dura cerca de 15 dias na geladeira. No congelador, o pinhão cozido e sem casca pode ser armazenado por até 6 meses. Outra forma de conservação é em conserva salgada (com água, vinagre e sal) ou doce (em calda de açúcar), podendo durar até 6 meses em pote de vidro bem vedado e esterilizado.
Além de saboroso, o pinhão é um alimento com bom valor nutricional. Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), 100g de pinhão cozido contêm aproximadamente 174 calorias, 3g de proteína, 43,9g de carboidratos e 15,6g de fibras alimentares. A Embrapa Florestas destaca que o pinhão é rico em minerais como potássio, que auxilia no equilíbrio ácido-base do organismo, e também contém ácidos graxos como o linoleico (ômega 6) e oleico (ômega 9), que contribuem para a saúde cardiovascular. O consumo de pinhão, por seu teor de fibras, pode auxiliar na prevenção de doenças intestinais. Outras fontes apontam a presença de vitaminas do complexo B, magnésio, cálcio, ferro e zinco.
Dominar as técnicas de como fazer pinhão, desde a escolha até as diferentes formas de preparo e conservação, permite que essa iguaria regional seja apreciada em sua plenitude, enriquecendo a mesa com sabor e tradição.
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