CEO da IBM Insta Administração Trump a Aumentar Investimento Federal em P&D de IA
CEO da IBM Defende Aumento de Verbas para Inteligência Artificial
Arvind Krishna, CEO da IBM, defende que o governo dos Estados Unidos deveria aumentar, e não cortar, o financiamento federal para pesquisa e desenvolvimento (P&D) em inteligência artificial (IA) e tecnologias relacionadas. Em entrevista recente, Krishna ressaltou que tanto a IBM quanto ele pessoalmente são fortes defensores da expansão da pesquisa em IA financiada pelo governo, citando o alto retorno econômico que tais investimentos podem gerar. Esta posição surge em um momento em que a administração Trump propôs cortes significativos em programas de pesquisa de IA, incluindo aqueles vinculados à National Science Foundation (NSF) e ao National Institute of Standards and Technology (NIST).
A Preocupação com Cortes no Financiamento Federal em P&D de IA
A preocupação de Krishna e de outros líderes do setor tecnológico reside no fato de que um investimento federal robusto é fundamental para a competitividade nacional e o avanço tecnológico. As propostas de corte orçamentário visam reduções expressivas em concessões federais e programas de pesquisa científica. Escritórios importantes focados em pesquisa de IA, como a Diretoria de Tecnologia, Inovação e Parcerias (TIP) dentro da NSF, já enfrentaram reduções orçamentárias acentuadas. Cortes de pessoal também estão afetando instituições como o NIST e a própria NSF. O orçamento proposto para o ano fiscal de 2026 inclui pedidos para cortar significativamente o financiamento da NSF, visando bilhões de dólares atualmente concedidos a projetos de P&D em IA. Outras agências federais que contribuem substancialmente para a pesquisa em IA, como os National Institutes of Health (NIH) e o Departamento de Energia (DOE), também enfrentam possíveis cortes.
Essas potenciais reduções são vistas com alarme pela indústria de tecnologia. Grupos como a The Software and Information Industry Association (SIIA) alertaram formalmente que esses cortes podem prejudicar severamente a posição de liderança global da América em IA. A pesquisa financiada pelo governo federal tem um histórico comprovado de altos retornos econômicos, estimados entre 25% e 40% anualmente.
O Impacto dos Cortes no Financiamento Federal para Pesquisa em IA
Os cortes federais no financiamento da pesquisa científica ameaçam descarrilar toda a indústria científica, com projetos de pesquisa sendo abandonados no meio do caminho devido à falta de fundos. Essas medidas afetam desproporcionalmente instituições públicas, como universidades e organizações sem fins lucrativos, que dependem de bolsas governamentais. Alguns especialistas especulam que os cortes na NSF poderiam ser suficientes para fechar toda a agência, que desempenha um papel integral no desenvolvimento e suporte da IA nos EUA. Pesquisadores científicos têm usado extensivamente a tecnologia de IA para aumentar e agilizar suas pesquisas, mas devido aos cortes de financiamento, muitos não podem mais prosseguir com seus experimentos, muito menos com ferramentas caras como modelos de IA especializados.
Arvind Krishna destacou que o financiamento federal em P&D está próximo de mínimas históricas em termos de percentagem do PIB. Ele argumenta que aumentar esse tipo de investimento tem um efeito profundamente positivo na economia, estimulando o crescimento e fomentando o desenvolvimento de tecnologias essenciais. Apesar dos desafios, Krishna expressou otimismo, acreditando que a importância do financiamento de P&D para tecnologias críticas como IA, computação quântica e semicondutores levará a uma correção positiva.
A Posição da IBM e o Futuro da IA
A IBM tem defendido uma abordagem de IA que priorize a inovação e a regulamentação baseada em riscos. A empresa apoia políticas governamentais que solidifiquem a liderança dos EUA em IA e garantam um futuro mais brilhante para todos os americanos. Recentemente, a IBM anunciou um investimento de US$ 150 bilhões nos Estados Unidos nos próximos cinco anos, com foco em computadores mainframe, IA e computação quântica. Krishna vê uma oportunidade para a IBM fornecer software que integre agentes de IA de clientes de outros provedores e permita que eles construam seus próprios agentes para casos de uso inexplorados.
A colaboração entre o setor público e privado é vista como essencial. O investimento federal em pesquisa de longo prazo e de alto risco é crucial para que as sementes da inovação possam criar raízes, enquanto o financiamento do setor privado nutre os desenvolvimentos mais robustos. A história demonstra que, com os recursos e a vontade política adequados, os Estados Unidos podem superar qualquer desafio tecnológico. O investimento federal contínuo em pesquisa fundamental de IA tem sido um pilar da liderança dos EUA no setor. A IA é considerada uma prioridade nacional, com o governo buscando avançar na pesquisa fundamental e translacional para tornar a IA confiável, equitativa e que preserve direitos e privacidade.
A governança da IA, que inclui políticas sólidas, regulamentação e governança de dados, é crucial para mitigar riscos potenciais e garantir que os sistemas de IA sejam seguros, justos e éticos. A Espanha, por exemplo, fez uma parceria com a IBM para desenvolver modelos de IA fundamentais em espanhol e idiomas co-oficiais, visando estimular o crescimento econômico e o progresso tecnológico. Relatórios também destacam o potencial da IA generativa para revolucionar agências governamentais, melhorando a eficiência e a tomada de decisões.
Apesar das preocupações com os cortes, o financiamento federal para P&D tem crescido desde 2012, com um investimento de US$ 179,5 bilhões no ano fiscal de 2021. No entanto, a maior parte desse financiamento está concentrada em algumas agências, como o Departamento de Defesa e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos. O financiamento para iniciativas multiagências em áreas de importância estratégica nacional, como IA, representou cerca de US$ 14 bilhões no ano fiscal de 2020. Em 2022, os gastos do governo dos EUA com contratos de IA atingiram US$ 3,3 bilhões, um aumento de quase 2,5 vezes desde 2017.
